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Cidinho busca apoio no próprio pai para dar volta por cima em 2013

Após início promissor, jovem talento do Botafogo terminou temporada passada na equipe de juniores, mas crê no 'apoio caseiro' para motivá-lo a voltar aos bons momentos


Alexandre Braz e Gabriel Andrezo Rio de Janeiro (RJ)
 
Entrevista com Cidinho (Foto: Bruno de Lima)


A virada de um ano para o outro sempre traz esperanças de mudança e o meia Cidinho se apoia no próprio pai para começar a nova temporada de maneira positiva. Após começo promissor no Botafogo, o jovem lesionou-se, perdeu espaço e fechou o ano passado nos juniores. Mas a ajuda que sempre teve dentro da própria casa é a base da motivação para dar a volta por cima em 2013 e justificar a expectativa colocada sobre ele no ano que passou.

Morador de Mesquita, na Baixada Fluminense, Cidinho leva o nome do pai até na própria carteira de identidade - chama-se Alcides Júnior. Oriundo dos campinhos de terra em frente à própria casa, o meia jogou futsal antes de chegar aos campos e se destacar pelo Alvinegro. Em 2011, fez seu primeiro jogo como titular na equipe profissional, uma vitória sobre o América, pelo Estadual. E Seu Alcides estava lá.

- Na minha estreia como titular, foi a melhor coisa da minha vida: Ganhamos por 3 a 1, joguei bem, a torcida gritou meu nome no fim do jogo e meu pai estava lá me vendo. Foi demais. Quando eu era pequeno, minha família só ia nos jogos, mas meu pai estava sempre lá, torcendo por mim, xingando os juízes (risos) - revelou o garoto, com exclusividade ao LANCE!Net.

 Cidinho cercado de fãs mirins em Mesquita (Foto: Bruno de Lima)
Cidinho iniciou a temporada passada como a grande esperança oriunda da base, num momento em que jogadores como Dória, Gabriel e Jadson ainda eram pouco conhecidos. O garoto teve um bom começo, fazendo gols e ganhando até o apelido de "Seedinho", na euforia pela chegada de Seedorf. No entanto, problemas físicos e a forte concorrência no time titular fizeram o jogador voltar a jogar na equipe sub-20.

- Comecei como titular, mas após o jogo contra a Ponte, fomos para Saquarema e já saí mal daqui. Não treinei lá, tive dores de garganta, sinusite... Até problema no dente. Quando melhorei, o Brasileiro estava no fim. Voltar aos juniores me frustrou porque você sempre quer ficar no time de cima. Mas nunca me neguei a voltar, colaborei quando foi preciso. No geral, acho que mostrei a Oswaldo que posso ser útil. Por isso, quero ficar no elenco.

A confiança de que terá um ano melhor é o grande trunfo de Cidinho para mudar o gosto amargo que ficou no fim de 2012. O desafio do jovem talento já começa nesta sexta, na reapresentação do grupo, em General Severiano. Tudo isso, é claro, sob o olhar atento e coruja de Seu Alcides.

- Meu pai está sempre comigo, já esteve presente em vários momentos inesquecíveis. Neste ano, quero começar bem a pré-temporada e atuar mais. Se jogar como no primeiro semestre, vai dar tudo certo e vou me firmar.


Cidinho é uma das apostas do Fogão este ano (Foto: Bruno de Lima)
   
LAMENTO POR NÃO IR À SELEÇÃO

A falta de oportunidades na reta final do Campeonato Brasileiro acabou tirando de Cidinho outra chance de brilhar, desta vez internacionalmente. O meia acabou ficando fora da lista da Seleção Brasileira para o Sul-Americano Sub-20, na Argentina, torneio para o qual os parceiros Dória, Jadson e Bruno Mendes foram chamados.

Mesmo sem oportunidades recentes, o jovem ficou decepcionado por não ter sido chamado pelo técnico Émerson Ávila.

- Pensei que poderia receber uma oportunidade de atuar nesse Sul-Americano da Argentina, mas fiquei fora da lista. Lamento muito. Foi uma pena eu não ter ido, mas agora preciso seguir em frente.

Porém, jogar por Seleções de base está longe de ser uma novidade para Cidinho. O jogador defendeu o Brasil em campeonatos na Europa, com o time sub-18. Ele ainda foi chamado, em 2011, para os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México. E ganhou elogios até de gente consagrada dentro do futebol.

- Joguei o Pan no México, dei duas assistências durante a competição. Quando voltei para o Brasil, me disseram que o Romário, que estava comentando na TV, me elogiou. Se fui elogiado pelo Romário é porque fui bem, né? (risos).

ROBINHO E MAICOSUEL SÃO REFERÊNCIAS

Habilidoso com a bola nos pés, Cidinho tem um estilo de jogo próprio, mas não nega ter recebido influências de seus maiores ídolos. O jovem de 19 anos tem Robinho, atacante do Milan (ITA), e Maicosuel, ex-Botafogo, como maiores exemplos.

Jogadores rápidos e que atuam pelos lados do campo, como é o caso de Cidinho, os dois rapidamente viraram as grandes referências e inspirações do jovem alvinegro.

- No início, brincava de ser o Robinho, naquela época do time do Santos que tinha ele e Diego. Também gosto muito do Maicosuel. Ele estava jogando muita bola quando eu era das categorias de base e me apoiou quando jogamos juntos - lembrou o meia.

Aliás, não foi só dentro de campo que Cidinho ganhou apoio do "Mago", como é conhecido o ex-camisa 7 alvinegro. Antes mesmo de chegar aos profissionais, o prodígio recebeu o carinho de Maicosuel.

- Quando estava nos juniores, meus empresários fizeram uma surpresa. No meu aniversário, fui jantar e ele estava lá. Me deu parabéns e tudo. Fiquei muito feliz e passei a admirá-lo mais ainda.

BATE-BOLA
Cidinho
Meia do Botafogo


Como foi seu início no futebol?
Um amigo me chamou para jogar futsal no Mesquita. Fiquei cinco meses lá, até que um olheiro me viu jogar, gostou de mim e me levou para um teste no Oswaldo Cruz. Dois meses depois, fui ao Botafogo e, mais tarde, passei para o campo.

Você chegou ao time profissional, mas demorou a fazer um gol. O que sentiu naquele momento?
Foi contra o Vitória, em 2011. O Engenhão estava cheio. Quando vi a bola entrando, nem passou nada na cabeça. Estava perdido, sem saber o que fazer. Corri para o banco e abracei o Caio Junior (técnico na época) pela chance que me deu.

Como é a relação com o presidente Mauricio Assumpção?
Ótima, nunca vi presidente como ele. Sempre vê jogos da base, valoriza muito o trabalho que faz lá.

Quais são os seus maiores amigos dentro do elenco do Botafogo?
Meus amigões lá são três: Lucas Zen, Sassá e Jadson. Todos serão meus padrinhos de casamento.