Botafogo: após longa estiagem, divisões de base do clube voltam a revelar talentos
O caminho até o regresso dos talentos foi difícil e começou quando Mauricio Assumpção assumiu o clube em 2009. Sidnei Loureiro foi o gerente da base, onde ficou até o maio de 2012, quando foi para os profissionais. Com Loureiro, o investimento aumentou 40%, além do que foi destinado às obras do CT da base em Marechal Hermes, orçadas em R$ 15 milhões.
— Fizemos um estudo. Tínhamos um orçamento em janeiro de 2009 e combinamos com o presidente e o departamento financeiro que este valor aumentaria 10%. Além disso, desenvolvemos um departamento comercial próprio para a base para conseguirmos patrocínios exclusivos e montar nosso departamento internacional. E foi fruto de verbas extras destinadas à base — explica Loureiro, que foi sucedido por Marcos Silva.
A recente proposta da poderosa Juventus, da Itália, pelo zagueiro Dória, de 18 anos, que pode chegar a R$ 23 milhões, mostra o caminho certo do projeto. Embora vantajosa, a oferta escancara as cicatrizes do tempo da penúria, já que o Alvinegro tem apenas 40% dos direitos econômicos do jogador.
Na próxima semana, a seleção brasileira estreia no Sul-Americano sub-20 com jovem frescor de três botafoguenses no elenco. Além de Dória, o volante Jadson e o atacante Bruno Mendes estão entre os convocados.
Para o goleiro Jefferson, a juventude de jogadores como Gabriel e Cidinho já ajudou o time no ano passado.
— Havia anos que o Botafogo não revelava jogadores e 2012 foi bom nisso. É bom ter jovens subindo. Eles trouxeram a alegria de que o Botafogo precisava. A gente tinha perdido um pouco dessa alegria, dessa movimentação da garotada. Valeu a mescla da juventude com a experiência — disse o goleiro.
Na apresentação do elenco na última sexta-feira, o clube anunciou que seis atletas foram incorporados aos profissionais: Andrey, Gilberto, Gegê, Fabiano, Sassá e Vitinho. Em 2012, eles alternavam passagens pelos juniores e os profissionais.
— Hoje, as categorias de base estão muito mais próximas dos profissionais. Nos nossos jogos sempre tinha alguém do profissional observando. Isso ajuda muda — conta o goleiro Andrey, de 19 anos, que foi convocado para disputar um torneio pela seleção brasileira sub-20 no ano passado, assim como o meio-campo Cidinho.
O gerente técnico Sidnei Loureiro, um dos responsáveis pela retomada das categorias de base do Alvinegro, destaca a fundamental boa relação com a comissão técnica do time profissional.
— A gente conseguiu contratar um treinador com a capacidade do Oswaldo de Oliveira, que abraçou este projeto. Esses jogadores têm a oportunidade de jogar no profissional é porque o clube fez um projeto e viu necessidade de desenvolver esses atletas para fazer parte dos profissionais. E porque o clube escolheu um treinador que teve o perfil e que entende a importância de se investir na base — explicou Sidnei Loureiro.
Voltar a investir na tradicional base alvinegra é o passo inicial para um time forte e a conquista de títulos.