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Ministro aprova decisão da Fifa, critica Lei Pelé e quer clubes criando fundos

Em evento no Palmeiras, Aldo Rebelo comenta determinação da entidade máxima do futebol de proibir a participação de empresários nos direitos econômicos de jogadores

Por São Paulo

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, aprovou, neste sábado, a decisão da Fifa de proibir a participação de investidores nos direitos econômicos de jogadores de futebol. A expectativa é de que, após um período de transição, a proibição comece em três ou quatro anos. Na prática, a Fifa quer que apenas clubes sejam donos de direitos econômicos de jogadores.

Durante entrevista no primeiro evento-teste do novo estádio do Palmeiras, o Allianz Parque, Aldo Rebelo elogiou a decisão da Fifa, mas também criticou a Lei Pelé, criada durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, que acabou com o "passe".

- A decisão da Fifa é acertada. É uma decisão de defesa do futebol mundial e dos clubes. Não podemos conceber que um empresário de futebol tenha um faturamento maior num ano do que clubes como Corinthians e Flamengo. É uma anomalia que precisava ser corrigida. Os clubes estão sendo fragilizadas. A Lei Pelé contribuiu para isso, porque abriu para o que há de pior no mercado - disse Aldo Rebelo.

O ministro espera que a decisão da Fifa ajude os clubes brasileiros a se reerguerem. Atualmente, as principais agremiações têm uma dívida que, somada, supera R$ 4 bilhões. Aldo Rebelo sugere que os clubes criem seus próprios fundos. Clique aqui e veja o ranking do endividamento no Brasil.

- Os clubes hoje são dependentes (dos investidores). Nós lá no governo pensamos numa medida para restringir os direitos econômicos dos empresários ou ao menos que eles tivessem que partilhar com os clubes esses direitos, mas, mesmo assim, fui procurado por clubes dizendo que não dá para formar um time sem a participação de empresários. Os clubes estão tão frágeis que sem empresários não conseguiriam formar seus times. Outros clubes falaram que temiam uma fuga para a Europa - disse Aldo Rebelo.

- Como perspectiva de fortalecimento dos clubes, espero que eles próprios criem os seus fundos de investimento como os empresários fizeram. Se os clubes aproveitarem melhor as receitas, não gastarem aquilo que não podem, não anteciparem receitas, a médio prazo podemos reconstruir o futebol brasileiro sob bases mais sólidas - emendou o ministro do Esporte.