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Bastidores FC

por Martín Fernandez

Punições como a aplicada ao Grêmio devem se repetir, dizem dirigentes na Fifa

Punições esportivas para o comportamento errático de torcidas devem ser mais comuns daqui para a frente, apontam dirigentes da Fifa ouvidos pelo blog na sede da entidade, em Zurique. O caso mais extremo aconteceu com o Grêmio, excluído da Copa do Brasil por causa de injúrias raciais praticadas por parte de sua torcida contra o goleiro Aranha, do Santos. Na avaliação do colombiano Luis Bedoya, integrante do Comitê Executivo da Fifa, esse tipo de punição deve ser repetida em casos graves.
 
- O problema é que os torcedores precisam entender que quando tomam uma ação incorreta, se sanciona o clube. Do ponto de vista disciplinar, o clube tem que responder pelo comportamento de sua torcida. É um padrão que se segue no mundo, na Conmebol. O que acontece é que chegamos a uma situação extrema. Se a situação for grave assim, vai acontecer em outros lugares, sim - afirmou o dirigente.
 
O presidente da Federação Peruana de Futebol, Manuel Burga, que faz parte do Comitê de Desenvolvimento da Fifa, concorda com o colega colombiano. Para Burga, a punição ao Grêmio pode parecer "desproporcional" num primeiro momento, mas é forte o bastante para evitar novos casos de racismo.
 
- Pode parecer que o Grêmio esteja sendo punido pelo comportamento de um torcedor, algo sobre o qual o clube não tem controle. Mas uma medida dessa natureza corta de vez uma situação. O fator dissuasivo definitivo é a punição esportiva, lamentavelmente.
 
Mas o tema não é uma unanimidade. Michel Platini, presidente da Uefa e também integrante do Comitê Executivo da Fifa, já afirmou mais de uma vez que é contra qualquer punição esportiva para atos de violência ou racismo por parte de torcedores.