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Mais que um craque: até rivais se rendem à influência de Messi

Em campo apenas no terço final do empate com o PSG, argentino é exaltado por armar lance decisivo do gol de empate do Barcelona

 

Por Cláudia Garcia, especial para o GLOBOESPORTE.COM Barcelona, Espanha
 
 

Não fez o gol, tampouco deu a assistência, mas Messi foi de novo o protagonista de outro triunfo do Barcelona. Relegado ao banco de reservas durante dois terços da partida por causa da lesão no bíceps femoral, o melhor do mundo precisou de apenas dez minutos no gramado do Camp Nou para armar a jogada do empate por 1 a 1 com o Paris Saint-Germain, na quarta-feira. A sua entrada empolgou a torcida e transformou o irreconhecível Barça da primeira hora de partida num time mais inspirado, o que garantiu a classificação catalã para as semifinais da Liga dos Campeões pela sexta vez consecutiva. A influência foi tamanha que até os próprios adversários reconheceram a diferença que o argentino fez no resultado.

- O Messi quando entra revoluciona. A torcida muda, os jogadores deles mudam, e ele chama essa responsabilidade, mesmo não estando a 100% hoje. É sempre um jogador que procura criar ocasiões e tem uma qualidade única - afirmou o lateral-esquerdo brasileiro Maxwell, do PSG, ex-companheiro de Messi no Barça, entre 2009 e 2012.

Messi entra, Fabregas sai, Barcelona x PSG (Foto: AP) 
 
Poupado, Messi entrou logo após o gol do PSG e levou o Barça ao empate (Foto: AP)
 
Mais um que acabou sofrendo com quem já trocou passes foi o brasileiro naturalizado italiano Thiago Motta. O volante do PSG, jogador do Barça entre 2001 e 2007, tentou explicar o peso que o craque argentino teve para a classificação da equipe catalã. O que dizer do drible em dois marcadores e o passe milimétrico para Villa pelo meio da área, furando a defesa francesa na jogada que deu origem ao gol de empate?

Com a mudança de ritmo de jogo e de condução de bola que ele tem, não é nada fácil controlá-lo"
Thiago Motta, volante do PSG
 
- Com a mudança de ritmo de jogo e de condução de bola que ele tem, não é nada fácil controlá-lo. Hoje, mais uma vez, ele foi decisivo - disse Thiago Motta.

Até Nasser al-Khelaifi, dono do PSG, teve que se conformar e mostrar sua frustração por, mesmo com milhões de euros à disposição para gastar com reforços, não poder ter o craque no seu time, tal a simbiose que o argentino tem com o Barcelona e sua torcida.

- Mesmo que quisesse, sei que é quase impossível ter o Messi no PSG. Sinceramente, não acredito que exista qualquer possibilidade real de comprar este jogador. Ele é o melhor do mundo, com ele tudo mudou - afirmou Nasser.

Messidependência?
Outro que entrou no Barcelona durante o segundo tempo, mas que não fez tanta diferença assim, o volante camaronês Song rebateu quem voltou a citar a expressão "Messidependência" para definir a influência do craque argentino no time.

Messi banco de reservas Barcelona PSG (Foto: AFP) 
 
No banco, o melhor jogador do mundo não esconde a angústia antes de entrar em campo (Foto: AFP)
 
- Não se trata de "Messidependência". Ele é o melhor jogador do mundo, na melhor equipe do mundo. Sem ele, o Barcelona não é o mesmo. Ele é determinante para a nossa equipe sempre. Hoje, Messi provou isso uma vez mais aqui - afirmou o volante.

David Bernabéu, jornalista de uma das mais importantes redes espanholas de televisão, a Cuatro, que segue o Barcelona há mais de 12 anos, garante que o que aconteceu no Camp Nou foi inédito na história do clube.

- Eu acompanho o Barcelona há 30 anos como torcedor e há 12 como réporter. Neste estádio, vi jogar os melhores da história do futebol: Maradona, Cruyff, Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho e Messi. Nunca vi o Camp Nou ter esta reação com a entrada de um jogador. Messi é o melhor de todos - afirmou.