Total de visualizações de página

Fé move Bruno Mendes: tio padre e mãe devota de Nossa Senhora

Mais uma vez herói do Botafogo, jogador mora no Recreio, em casa que pertence a Schwenk, e carrega os nomes dos pais tatuados nos punhos

 

Por Thales Soares Rio de Janeiro

O futebol tem o poder de mudar a vida das pessoas em questão de minutos. Anos de trabalho e dedicação são postos à prova constantemente. A família de Bruno Mendes vem passando por isso. Pais do atacante do Botafogo, de apenas 18 anos, Osmar e Márcia estiveram nesta quinta-feira no Engenhão para acompanhar uma exibição marcante do filho em seu primeiro jogo como titular no novo clube. Dois gols, um para os pais e outro para a namorada, Larissa, e uma assistência que levaram o time à vitória por 3 a 2 sobre o Vasco, terminando uma série de sete jogos sem vencer no Campeonato Brasileiro.

De Cruzeiro, uma cidade pequena no interior de São Paulo, com pouco mais de 80 mil habitantes, vizinha a Aparecida, a família ainda se acostuma ao novo ambiente. Pais e filho moram em uma casa alugada no Recreio dos Bandeirantes, cujo proprietário é o atacante Schwenk, que também defendeu o Botafogo e foi companheiro de Bruno no Guarani.

A vida no Rio de Janeiro ainda é um mistério. Sair de casa provoca um certo receio para a família, que deixou o interior para acompanhar o filho. Muito ligado à família, o jogador carrega os nomes dos pais tatuados nos punhos. A fé de Márcia, devota de Nossa Senhora Aparecida, no talento de Bruno Mendes moveu o jogador rumo ao futebol e, agora, com a camisa do Botafogo.

- Sou a grande parceira dele. Sempre estive a seu lado. Saía de Cruzeiro para Campinas (mais de 270km) para assistir aos seus jogos. Tenho muita fé nele - afirmou Márcia, que preferiu não ir a Porto Alegre acompanhar o jogo do filho contra o Grêmio, no domingo, por receio de ir a uma cidade desconhecida.

Marcia e Osmar, pais de Bruno Mendes (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com) 
 
Márcia e Osmar mostram a revista com a foto do atacante (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)
 
Osmar fechou o comécio que tinha em Cruzeiro para acompanhar o filho no Rio. A fé também está a seu lado. Seu irmão Osvaldo é padre há 30 anos. Com a simplicidade de quem vai de chinelos ao Engenhão para acompanhar o jogo na tribuna de honra do estádio, ele ficou satisfeito com a atuação de Bruno, mantendo uma serenidade que Márcia não conseguia ter.

Botafogo 7 ultimas rodadas (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)

- Era o Dedé que estava marcando o Bruno, você viu? Ele está indo muito bem - comentou Osmar, homem de poucas palavras, que costuma acompanhar com frequência os treinamentos de Bruno no Engenhão.

Dona de casa, Márcia dedicou sua vida ao projeto de fazer Bruno Mendes se transformar em jogador de futebol. Aos cinco anos, ele já frequentava uma escolinha em Cruzeiro. De lá, foi para o Guarani, onde fez sua estreia como profissional. Comprado por um grupo de empresários, foi repassado ao Botafogo por empréstimo até o fim de 2013. Sempre com a mãe de olho.
- Estou sempre por perto. Não quero que ele se perca. Somos muito próximos. Prestamos atenção em tudo. Daqui do Engenhão, vamos para casa descansar - disse Márcia.

Na saída do Engenhão, Bruno deu um forte abraço nos pais e no irmão mais novo, Breno. O sorriso do jovem escancarava a sua satisfação pelos gols. No colo da mãe e com a serenidade do pai, o caminho está traçado para o novo xodó alvinegro, que já foi capa da revista "Preliminar", distribuída aos torcedores antes do clássico, com a foto de sua comemoração depois do gol marcado contra o Grêmio.

Clique e assista a vídeos do Botafogo