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Quarteto ex-Bota fala pela primeira vez e promete agitar os bastidores

Após terem contratos rescindidos pelo presidente Sheik, Bolívar, Edilson e Julio Cesar concederão entrevista coletiva nesta quarta-feira com lema "vamos para machucar"

Por Rio de Janeiro

Emerson e Bolivar, Botafogo (Foto: Fred Huber / Globoesporte.com)Emerson e Bolívar no dia da demissão, no Engenhão (Foto: Fred Huber / Globoesporte.com)

No início deste mês, o presidente do Botafogo, Mauricio Assumpção, tomou a decisão de demitir Emerson Sheik, Bolívar, Edilson e Julio Cesar. O caso gerou a revolta do próprio quarteto e dos torcedores alvinegros, que não aceitaram a ideia de o time perder alguns de seus principais atletas durante uma luta para fugir do rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Na tarde desta quarta-feira, os jogadores, que adoraram o lema de "vamos para machucar", vão falar pela primeira vez aos jornalistas sobre a saída do clube e prometem agitar os bastidores. O GloboEsporte.com transmite com vídeo, em Tempo Real, a entrevista coletiva, realizada a partir de 15h30 (de Brasília), no restaurante Paris 6, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

O episódio foi mais um da crise vivida pelo Botafogo nesta temporada. A questão financeira é motivo de grande insatisfação do elenco alvinegro. Por serem líderes da equipe, Sheik e Bolívar eram os que mais se expunham sobre o assunto. Ao explicar o porquê da rescisão com os jogadores, o presidente Maurício Assumpção disse que os atletas não agiam de acordo com seus discursos e que certas responsabilidades estavam sendo encobertas, justificadas por eles com base nos atrasos dos salários.

Apenas Edilson se manifestou através de sua conta no Instagram. O lateral-direito postou a foto de uma camisa com a palavra "inconformado" e demonstrou apoio aos jogadores que permaneceram no clube. No dia seguinte à demissão, o quarteto se reuniu na casa de Sheik para decidir o que seria feito. Eles estudaram durante esses dias quando concederiam a entrevista coletiva à imprensa, e o lema adotado foi de que falariam "para machucar" a diretoria.

Quando comunicado sobre a saída de três titulares, o técnico Vagner Mancini chegou a entregar o cargo ao presidente, que não aceitou e disse ser crucial a permanência do treinador para que o Botafogo reverta a situação no Campeonato Brasileiro. A 10 rodadas do fim da competição, o time está na penúltima colocação da tabela, com 29 pontos, mesmo número do lanterna Coritiba.

Desde a saída do quarteto, o Botafogo disputou três jogos, todos pelo Brasileirão. Foi derrotado pelo Vitória e pelo Palmeiras, e venceu o Corinthians no último sábado. Na quinta-feira, a equipe faz o jogo de volta com o Santos, no Pacaembu, pelas quartas de final da Copa do Brasil, e precisa vencer por dois gols de diferença. A partida será realizada às 21h30 (de Brasília).

Jogadores do Botafogo; Bolívar, Julio Cesar, Edílson e Emerson Sheik (Foto: Reprodução SporTV)Bolívar, Julio Cesar, Edílson e Sheik reunidos depois da dispensa (Foto: Reprodução SporTV)

Enquanto Sheik, Bolívar, Edilson e Julio Cesar concedem coletiva, a delegação estará viajando para São Paulo. Uma motivação extra para o confronto pode ser o pagamento de um mês de salário aos jogadores, comissão técnica e funcionários, o que pode acontecer até o fim desta semana. O clube conseguiu a liberação de verba de cerca de R$ 2,5 milhões, referentes ao contrato de transmissão de jogo, depositados judicialmente, assim como outros recursos do Botafogo, bloqueados nos últimos meses. A situação atual é de três meses de salários atrasados e sete de direitos de imagem.

* Estagiária sob supervisão de Janir Júnior.