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Bota e torcida vivem relação tensa: 'Ambiente hostil não é dentro de casa'

Técnico Oswaldo de Oliveira não vê vantagem no momento para o seu time em jogar como mandante no Brasileiro. Aproveitamento é de apenas 48,8%

 

Por Thales Soares Rio de Janeiro
 


Nos últimos três jogos como mandante, o Botafogo conseguiu dois empates e sofreu uma derrota, por 2 a 0 para o Santos (assista aos melhores momentos no vídeo ao lado), quarta-feira, no Engenhão. A sequência de resultados ruins reflete o desempenho abaixo da expectativa no Campeonato Brasileiro. O time tem apenas 48,8% de aproveitamento com o mando de campo, conquistando 22 pontos em 15 jogos.

Esse desempenho é melhor apenas do que o dos quatro últimos colocados e do Bahia, que está em 15º. Ainda assim, pode ser deixado para trás pelo Sport e igualado pelo Palmeiras, que jogam como mandante nesta quinta-feira, contra Grêmio e Coritiba, respectivamente.

Oswaldo de Oliveira, Botafogo (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com) 
Oswaldo de Oliveira tem sofrido com a perseguição da torcida (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)
 
Com isso, o relacionamento do time com a torcida no Engenhão tem sido o pior possível. Na derrota para o Santos, menos de três mil pessoas pagaram para assistir ao jogo. Ainda assim, na maior parte do tempo, atacaram Elkeson, Fábio Ferreira, Lucas, o técnico Oswaldo de Oliveira e até o presidente Maurício Assumpção.

Não adianta ficar falando sobre uma coisa que penetra na gente e chateia. É esperar uma oportunidade para que não aconteça mais. Não é a primeira vez que acontece comigo ou com o Botafogo. É preciso ter calma e equilíbrio"
Osvaldo de Oliveira
 
- O Campeonato Brasileiro tem mostrado um outro lado. Você considera que está jogando dentro de casa quando tem uma tendência de um ambiente favorável. Quando é hostil, não é dentro de casa. A bola bate na trave e o jogador (Elkeson) é vaiado. Dentro de casa é o que a gente viu contra o Bahia, Atlético-MG, Cruzeiro, que ganhando ou perdendo há uma interferência na partida - disse Oswaldo.

A perseguição ao treinador é feita de várias formas durante o jogo. A cada chance desperdiçada pelo ataque, nome de Loco Abreu volta a ser gritado na arquibancada. O jogador está emprestado ao Figueirense e não tem sido utilizado no clube catarinense. Ele deixou o Botafogo depois de uma conversa com Oswaldo, dizendo que não poderia brigar com a tática.

Botafogo_9-ultimas_rodadas (Foto: infoesporte)

Outra forma de ataque a Oswaldo aconteceu no momento em que chamou o atacante Rafael Marques para entrar em campo. Indicado pelo treinador, o jogador completou contra o Santos 15 jogos sem conseguir fazer um gol sequer. Pedido pela torcida, Cidinho não entrou e também foi motivo para reclamações.

- Uma das coisas mais importantes é não falar mais sobre isso. Não adianta ficar falando sobre uma coisa que penetra na gente e chateia. É esperar uma oportunidade para que não aconteça mais. Não é a primeira vez que acontece comigo ou com o Botafogo. É preciso ter calma e equilíbrio - comentou Oswaldo.

O próximo jogo do Botafogo é contra o Grêmio, domingo, no Olímpico, pelo Campeonato Brasileiro. O time caiu para a oitava posição na tabela de classificação, com 40 pontos, 10 atrás do Vasco, que seria hoje o último classificado para a Taça Libertadores do ano que vem.