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Maracanã reabre com luz, emoção e pequenos problemas estruturais

Falta d'água em alguns banheiros, elevador parado e algumas cadeiras soltas foram principais falhas. Bares, acesso, limpeza e telões funcionaram

 

Por Felippe Costa Rio de Janeiro



O Maracanã é nosso outra vez. Depois de 31 meses de reforma, o palco mais importante do futebol brasileiro reabriu suas portas na tarde deste sábado com um jogo entre amigos dos ídolos Ronaldo e Bebeto. Fora de campo, a emoção tomou conta de quem teve o privilégio de fazer parte da festa, que contou com a presença da presidente Dilma Rousseff, do governador Sérgio Cabral e do ex-presidente Lula, entre outras personalidades. O evento-teste serviu também para revelar alguns problemas que precisam ser resolvidos até o começo da Copa das Confederações, em junho. Antes da partida, por exemplo, cambistas foram presos vendendo os ingressos doados pelo governo estadual aos operários. Além disso, o trânsito ficou bastante complicado nos arredores do estádio.

Por volta das 10h da manhã, as ruas já apresentavam sinais de congestionamento, mesmo ainda livres para os carros. A torcida foi chegando aos poucos e era abordada por cambistas e operários vendendo ingressos no valor de até R$ 100. A polícia conseguiu prender alguns deles.

Mosaico Maracanã primeiro evento teste (Foto: Globoesporte.com) 
 
Banheiros estavam limpos, mas em alguns faltou água. Bares não tiveram filas. Em alguns setores, cadeiras estavam soltas, com peças espalhadas pelo chão (Foto: Globoesporte.com)
 
Com um público reduzido (cerca de 27 mil presentes), a entrada ao estádio foi tranquila e o deslocamento no interior dele acabou facilitado com a colaboração de voluntários. Longas filas tiveram fim poucos minutos após a abertura dos portões, por volta das 16h30m. O jogo estava marcado para 19h.

Sem lugares marcados
Uma das maiores preocupações, por conta da conduta não ser um prática no Brasil, não foi testada no Maracanã. Assim que o torcedor ingressava nas arquibancadas e pedia ajuda para encontrar seu assento, era informado de que não era necessário seguir o que dizia o ingresso. A única exceção foi uma pequena parte próxima da tribuna de honra, ocupada apenas por militares devido à presença da presidente Dilma. A partir do segundo tempo, porém, nem mesmo este local tinha fiscalização.
Também houve problemas estruturais. Um dos quatro elevadores testados acabou apresentando falha e fez com que alguns jornalistas tivessem que usar as escadas. Falhas nas bombas de água também deixaram certos banheiros sem abastecimento. Muitos desses banheiros estavam fechados. Porém, os disponíveis em momento algum apresentaram filas ou até mesmo mau cheiro. Sempre com um funcionário de limpeza a postos, os locais tinham bom cheiro ainda ao término da partida.

Os bares foram um ponto positivo. Apesar de ter que se levar em conta que não havia necessidade da compra de fichas, o que reduz bastante o número de filas, o atendimento era rápido tanto para bebidas quanto para comidas.

Cadeiras e parafusos soltos

Nas arquibancadas, foi possível observar algumas cadeiras soltas na fileira I, que fica bem próxima ao gramado. Além disso, parafusos estavam no chão. Porém, essas cadeiras não apresentavam sinais de vandalismo. O mais provável é que não estivessem colocadas corretamente.

Outro ponto que chamou atenção foi a confusão feita por alguns motoristas das vans que levavam os jornalistas do Sambódromo até o estádio. Um deles, por exemplo, errou o caminho e demorou mais de 40 minutos para realizar o trajeto, que leva menos de dez. Alguns guardas municipais também não sabiam dar a informação certa de onde seria o acesso das vans ao estádio.

Protestos fora e dentro do Maracanã

Dois protestos se destacaram na reinauguração do Maracanã. Fora do estádio, três manifestantes levantaram as blusas e mostraram os seios. Elas exibiam frases e criticavam a Copa do Mundo. No intervalo do jogo, um grupo, denominado "Comitê Popular Rio Copa e Olimpíadas" também realizou protestos, mas dessa vez nas arquibancadas e contra a privatização. O mesmo grupo já havia feito protestos durante a desocupação do Museu do Índio, em março. O prédio será demolido para a construção do Museu Olímpico em projeto que visa as Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016.

Maracanã reabertura protesto (Foto: André Durão / Globoesporte.com) 
Protesto de torcedores no evento-teste de reabertura do Maracanã (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
 
 
 Show de luzes e de imagens
Na parte de infra, um dos destaques foi a iluminação do estádio, além da qualidade dos quatro telões. O campo de jogo foi iluminado por 396 refletores, que ganhavam ainda mais força com as 23.500 luminárias. Nos telões, as imagens surpreendiam pela perfeição. Ainda mais com um sistema de som de alto nível, com 78 alto-falantes na arquibancada e campo e outros 3.860 nas áreas internas.

A saída das pessoas aconteceu sem maiores problemas. Com o sorteio de prêmios para os operários após o jogo, nem todos foram embora ao mesmo tempo, o que diminuiu o fluxo e evitou aglomerações. Ao descer uma das rampas das arquibancadas, os torcedores eram aplaudidos por diversos voluntários.

Palco das finais da Copa das Confederações desse ano e da Copa do Mundo de 2014, o Maracanã será oficialmente reinaugurado no dia 2 de junho, com o jogo amistoso entre Brasil e Inglaterra. Antes disso, o estádio receberá outro evento-teste.

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Show de luzes para o evento-teste de reabertura do Maracanã (Foto: Janir Junior/ Globoesporte.com)