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Jeito zen do Japão ajudou Rafael Marques a superar desconfiança

Depois de atuar três anos no país do sol nascente, atacante afirma que cultura asiática foi diferencial para driblar momentos ruins no Botafogo

 

Por Fabio Leme Rio de Janeiro


Rafael Marques gol Botafogo Vasco (Foto: Fábio Castro / Agif) 
Rafael Marques celebra segundo gol pelo Botafogo
em 23 jogos (Foto: Fábio Castro / Agif)
 
Nos momentos bons e ruins, Rafael Marques sempre adotou um estilo tranquilo e sorridente, nunca gostou de demonstrar abatimento e nem preocupação, mesmo com a outrora reserva, as vaias do torcedor e as críticas da imprensa. O comportamento peculiar é algo próprio de sua personalidade somado aos conhecimentos adquiridos ao longo da sua carreira.

Antes de chegar ao clube, o atacante teve sete anos de experiência no futebol do exterior, sendo que três deles no Japão, local reconhecido pela cultura tranquila, até mesmo zen, sem os costumeiros estresses do dia a dia, o que para o jogador foi um aprendizado para superar os momentos difíceis encontrados no Glorioso. 

- A cultura japonesa é a de ser tranquilo, se estressar por nada. O índice de violência é muito baixo no país. Se você agredir alguém, mesmo estando certo, você vai preso. A cultura é rígida e eu aprendi isso para a minha vida - explicou o atacante.

Sem ser adepto de dividir os problemas com companheiros e familiares, o alvinegro contou que nos momentos de maior dificuldade o jeito era se reservar no seu próprio canto e pensar na vida, mas garantiu jamais ter pensado em desistir ou pedir para sair do Botafogo.

Rafael Marques Botafogo treino (Foto: Satiro Sodré / Agif) 
Rafael Marques orienta o time: postura parecida com a que teve contra o Vasco (Foto: Satiro Sodré / Agif)
 
- Desistir jamais, tenho isso comigo. O brasileiro não desiste nunca. Não sou de dividir meus problemas com companheiros e familiares, então procurava, na minha casa, depois que minha esposa ia dormir, e com a luz apagada, pensar no que estava acontecendo. Refletia que isso era só um momento e que ia passar - relembrou o autor do primeiro gol na vitória diante do Vasco por 3 a 0.

Nunca vi ninguém tão educado e com uma índole tão boa. Sempre tranquilo, nunca estressado. Ia aos jogos mesmo não estando relacionado. Temos que nos espelhar nele, pois o Rafa é o cara mesmo"
 
Dória, zagueiro do Botafogo, sobre Rafael Marques
 
E o momento passou. Ao ser substituído no confronto com o Vasco, o jogador ouviu, ao invés das vaias, aplausos. Na sua avaliação, a relação com o torcedor começou a mudar depois do último jogo da fase de grupos da Taça Guanabara.

- Considerei minha reestreia no jogo com o Boavista, quando me senti mais confiante, pude atuar do jeito de que gosto e mostrar isso para a equipe e torcida. Escutei muitas coisas calado, digerindo tudo para dar a volta por cima. Sair aplaudido foi muito gratificante - contou.

O atleta é um dos mais queridos pelo grupo e, em diversas vezes, foi citado como exemplo a ser seguido. O jovem zagueiro Dória, após o treino desta quinta-feira, foi mais um a rasgar elogios a quem chamou de "o cara".

- Nunca vi ninguém tão educado e com uma índole tão boa. Sempre tranquilo, nunca estressado. Ia aos jogos mesmo não estando relacionado. Temos que nos espelhar nele, pois o Rafa é o cara mesmo - elogiou a promessa alvinegra.