Interdição cai como uma bomba, e Bota corre o risco de ter prejuízo alto
Maurício Assumpção diz que ainda não sabe como será a conversa com os patrocinadores e quem arcará com os custos de manutenção do estádio
Eduardo Paes e Maurício Assumpção durante
entrevista coletiva (Foto: Edgard Maciel)
entrevista coletiva (Foto: Edgard Maciel)
A notícia sobre a interdição do Engenhão caiu como uma bomba sobre o
Botafogo, que vê no estádio um dos alicerces para seu desenvolvimento.
Pego de surpresa, o presidente Maurício Assumpção reconheceu que ainda
não tem solução para alguns dos problemas que vão recair sobre o clube
caso as obras levem muito tempo. Mas quem vai arcar com os prejuízos? É
isso que a diretoria quer saber.
O Bota tem um custo mensal com o Engenhão que varia de R$ 400 mil a R$
500 mil. Mas o estádio é também fonte de renda, já que há a exposição
dos patrocinadores, que desejam ver suas marcas exibidas durante os
treinos e jogos. Existe a possibilidade de o rombo ser dividido com a
Prefeitura do Rio de Janeiro e com o consórcio que fez a obra,
dependendo de quem for a responsabilidade pelo problema.
Na quinta-feira, o Botafogo entra em campo para enfrentar o
Friburguense, em São Januário. Nesta quarta, o clube vai informar aos
alvinegros que fazem parte dos planos de sócio-torcedor quais espaços
serão destinados a cada um na casa vascaína.
- Não digeri tudo isso ainda. Tenho contratos longos, manutenção...
Dependendo do tempo, não sei quem vai pagar a conta. Claro que o
Botafogo tem um prejuízo grande. Como o prefeito (Eduardo Paes) falou,
os prejuízos têm que ser cobrados de quem proporcionou. Existem caminhos
para cobrar e vamos caminhar neste passo - afirmou o presidente
Maurício Assumpção.
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O mandatário alvinegro terá que se entender com contratantes que já
efetuaram o pagamento para utilizar as dependências do Engenhão.
Assumpção ainda terá que entender qual é e extensão da interdição do
estádio, que abriga a maioria dos treinos da equipe em um campo anexo.
- Temos alguns eventos agendados em que já houve o pagamento. São
filmagens, visitações... Já tinham data. Ainda preciso entender qual
será o tempo desta interdição. Ainda não sei se posso usar vestiário,
campo anexo para treinos... é o questionamento que temos que fazer.
Durante entrevista coletiva na terça-feira, o prefeito Eduardo Paes fez
questão de enfatizar que o problema na cobertura do Engenhão não é
resultado de uma possível má conservação do Botafogo. Pelo contrário.
Paes elogiou o trabalho feito pelo Alvinegro.
Os prejuízos têm que ser cobrados de quem proporcionou. Existem caminhos para cobrar e vamos caminhar neste passo"
Maurício Assumpção
- De três em três meses entregamos um relatório dessas manutenções. Na
sexta-feira passada, entreguei o último. A questão da cobertura era um
acompanhamento feito pelo consórcio construtor desde a inauguração.
Sempre foi uma questão delicada. Recebi a notícia que os laudos
convergiam para uma situação de risco apenas nesta tarde (terça) - disse
Maurício Assumpção.
Apesar de a situação ainda estar bastante indefinida, o presidente
alvinegro já começa a pensar em hipóteses. Nem Caio Martins foi
descartado em médio prazo.
- O Caio Martins é muito mais complexo do que podemos imaginar. Não é
apenas um laudo de liberação. Mas dependendo do tempo que o Engenhão
ficará fechado, o Caio Martins se coloca com uma opção para o futebol
carioca, e não só para o Botafogo. Poderíamos voltar a ter jogos lá.
Nesta quarta-feira, O prefeito Eduardo Paes, o presidente da RioUrbe,
Armando Queiroga, e Marcos Vidigal, representante do Consórcio Engenhão,
vão apresentar detalhes técnicos do laudo que motivou a interdição do
estádio.