Naming rights: Bota trabalha para manter interessados no Engenhão
Com uma empresa brasileira e outra estrangeira na disputa, diretoria adota discurso de recuperação do estádio para as Olimpíadas
A diretoria do Botafogo anda muito preocupada com a situação financeira
do clube, principalmente após a interdição do Engenhão para jogos de
futebol, até que seja resolvido o problema com a cobertura, que está sob
risco de desabar em caso de ventos acima de 63 km por hora. Além de não
poder contar no seu orçamento com a renda dos jogos, receitas de bares e
restaurantes, contratos de locação, como filmagens e eventos
corporativos e ações de marketing, o clube ainda tem que resolver
situações como contratos em vigor com patrocinadores, camarotes já
vendidos e a manutenção do estádio, que gera uma despesa de,
aproximadamente, R$ 500 mil mensais.
Mas o que mais aflige os mandatários alvinegros é a questão dos naming
rights do estádio. Na última semana, após quatro anos de negociações com
possíveis interessados, o Botafogo abriu tratativas com uma empresa
estrangeira e uma brasileira. O acordo estava tão adiantado, que valores
já estavam sendo tratados, e as comitivas já planejavam encontros. Com a
interdição do local, até segunda ordem, as conversas estão estagnadas,
sem prazo para recomeçarem.
Diretoria procura empresas para colocarem seus nomes no Engenhão (Foto: Fred Huber)
Agora, todos no clube se mexem para tentar convencer os interessados em
recuperar o Engenhão e, para isso acontecer, ajusta o discurso de que
um investimento, neste momento, traria um retorno muito grande ao
investidor.
- Você pode trabalhar com a empresa para que ela possa participar da
recuperação de um estádio olímpico, que será sede das Olimpíadas, no
evento esportivo mais importante do mundo. Há um outro lado que você tem
que mostrar para a empresa que ela pode ser a construtora de uma nova
realidade.
Ela pode estar junto e ser parceira do estado do Rio de
Janeiro e do seu equipamento mais importante. Espero que eles entendam
que isso pode ser uma alavancada para a empresa – explicou o presidente
alvinegro, Maurício Assumpção.
Na semana passada, representantes de uma empresa estrangeira, que teve
seu nome mantido em sigilo, quase vieram ao Rio de Janeiro para o início
das tratativas. Outra reunião estava marcada para semana que vem, em
São Paulo, com diretores do Botafogo e representantes de uma empresa
brasileira. Em um contato inicial, o clube chegou a pedir R$ 18 milhões
pelos naming rights. A empresa brasileira estava disposta a pagar um
valor menor.