Quem vai pagar a conta?
Antes
de mais nada, bola dentro do prefeito Eduardo Paes ao mandar interditar
o Engenhão. Se o estádio, concebido e inaugurado há menos de seis anos,
apresenta falhas de projeto na cobertura, problema suficiente para pôr
em risco a vida de qualquer um que nele se encontrasse, a decisão foi
corretíssima. Um decreto responsável e maduro, algo raro no país do
Morro da Bumba, das enchentes e soterramentos na Serra, da Boate Kiss e
outras barbaridades.
Clubes, cartolas e responsáveis que se virem para levar esse Estadual até o fim.
E que os torcedores da banda podre,
aquela minoria que não respeita ninguém e costuma depredar o patrimônio
alheio, preserve os estádios de São Januário, Volta Redonda e Macaé, os
únicos que restaram ao público do Rio de Janeiro.
Agora, fica a pergunta: quem responderá
pelo risco do Engenhão, estádio cuja construção torrou dinheiro a rodo e
que hoje deveria ser modelo? Pelo contrário, foi interditado.
Quem vai pagar mais essa conta?
Logo, logo aparece um gaiato metido a esperto propondo a construção de uma nova arena. Alguém duvida?
O desleixo nacional é inacreditável.
Fica exposto na falhas do projeto do Engenhão, nas rachaduras dos
prédios vergonhosamente construídos para abrigar vítimas do Bumba, no
extintores vazios e na espuma assassina da Kiss e na falta de vergonha
da cara dos políticos que, ano aós anos, inventam desculpas esfarrapadas
para explicar as mortes na lama e debaixo d´agua de vítimas indefesas.
A canetada responsável de Eduardo Paes parece ter nos livrado de mais um pesadelo.
Mas, de novo, fica a pergunta: quem vai pagar essa conta miserável?