Barcos brilha no fim, mas Verdão e Bota empatam e se complicam
Pirata faz dois e dá empate ao Palmeiras contra o Alvinegro. Paulistas continuam afundados no Z-4, e cariocas veem Libertadores mais longe
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momento decisivo45 minO Verdão pressionou o Botafogo do começo ao fim. Foram 21 finalizações para o time paulista contra sete dos cariocas. Mas o Alvinegro vencia até os 45 minutos do segundo tempo, quando Barcos encheu o pé e acertou o ângulo do goleiro Jefferson para empatar.
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nome do jogoBarcosSe o Palmeiras tivesse 11 Barcos talvez não estivesse nessa situação. O argentino, de novo, chamou a responsabilidade e marcou os dois gols do Verdão. Com os tentos, chegou a 27 em 2012, cumprido a meta que prometeu para o ano.
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representouLodeiroSem Seedorf, machucado, coube ao uruguaio Lodeiro exercer o papel de maestro alvinegro em Araraquara. Não decepcionou! Com um gol e uma assistência para Elkeson, ele foi o maior responsável pelos poucos, porém eficientes, ataques do time do Botafogo.
O gol tardio de Barcos não enganou a torcida do Palmeiras, que vaiou o
time ao final do empate em 2 a 2 com o Botafogo, neste domingo, em
Araraquara. Ao Alvinegro, que vencia até os 45 do segundo tempo, fica o
gosto amargo de perder a chance de se aproximar do São Paulo, último que
se classificaria para a Taça Libertadores da América. No fim do duelo,
ficou ruim para os dois lados – um pouco pior para o Verdão.
O empate deixou o Palmeiras com 33 pontos, algo que fica ainda mais
grave com a vitória do Sport sobre o Vasco por 3 a 0. O Verdão continua
na 18ª posição, mas agora a três pontos do 17º colocado. De bom, só
Barcos. Com os dois gols marcados neste domingo, o Pirata chegou aos 27
na temporada e atingiu a meta estabelecida em sua chegada. Só não há
clima para o churrasco prometido para celebrar o feito. O drama
alviverde é tão grande que vários torcedores passaram o segundo tempo
chorando na Arena da Fonte. O rebaixamento está cada vez mais difícil de
ser evitado.
O Botafogo lamentou demais o gol sofrido no fim. O time foi aos 51
pontos e continua a oito do São Paulo, que também empatou neste domingo –
com o Fluminense, no Morumbi. Lodeiro foi o melhor do lado alvinegro,
fazendo um gol e dando o passe para Elkeson marcar o segundo.
Maurício Ramos inventa, Barcos não
Fazer o simples nem sempre é tão fácil. O Palmeiras de Gilson Kleina é
capaz de provar isso. No discurso, tudo muito bonito: não inventar,
tocar fácil, fazer o básico... Na prática, inventa-se. E muito. Sabendo
disso, o Botafogo de Oswaldo de Oliveira se portou de maneira correta,
esperando a primeira falha palmeirense para armar o contra-ataque.
O Verdão, mais uma vez, foi superior ao seu adversário durante o
primeiro tempo. A irritação deu lugar à paciência, virtude que até o
esquentadinho Luan teve ao se livrar da marcação e deixar Patrick Vieira
na cara do gol, aos 16 minutos. O garoto não apresentou a mesma calma, e
o chute foi para fora. Mesmo assim, a postura animou o pequeno público
presente em Araraquara – uma decepção, já que o time precisa demais do
apoio do torcedor.
Palmeirenses tentam evitar, sem sucesso, o gol de Lodeiro (Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Tudo ia bem, até que Maurício Ramos não fez o simples. Justo ele, que
durante a semana cobrou tranquilidade dos seus companheiros. Aos 21,
resolveu sair jogando, Andrezinho roubou, quatro botafoguenses
dispararam e, segundos depois, Lodeiro aproveitava o rebote da trave
para fazer 1 a 0. O Botafogo, sim, fazia o básico. Uma aula de
contra-ataque na Arena da Fonte.
A torcida ensaiou um protesto, gritando que se o Palmeiras não ganhasse
o “bicho ia pegar”. Até ela se lembrar de que o artilheiro Barcos gosta
demais de enfrentar o Botafogo. Só depois do gol é que o Pirata
acordou, buscou jogo, tentou tabelas. Mesmo assim, nada levava perigo à
meta de Jefferson.
Sem imaginação no meio-campo, sobrou para a bola parada de Marcos
Assunção. Aos 28, cobrança de escanteio na cabeça de Patrick Vieira, que
desviou para Barcos empatar, quase debaixo das traves.
Barcos vibra com o gol de empate ainda no primeiro tempo (Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Verdão martela, e Alvinegrosó vai na boa
O Botafogo começou o segundo tempo com marcação no campo de ataque,
pressionando a saída de bola alviverde. Sempre com seu bloco de quatro
jogadores bem definido: Andrezinho, Fellype Gabriel e Lodeiro em linha, e
Bruno Mendes mais avançado. O sistema dinâmico deu tão certo que o
segundo gol quase saiu logo aos 3 minutos, quando Andrezinho cruzou e
Lodeiro exigiu defesa difícil de Bruno.
Mais ligado, o Alvinegro, enfim, descobriu o caminho para irritar um
Palmeiras que vive altos e baixos na parte psicológica. Gesticulando
muito, Oswaldo pedia para seus jogadores rodarem a bola de um lado a
outro do campo. Luan foi o primeiro a ficar nervoso: bateu boca com
rivais e foi advertido verbalmente pelo árbitro Elmo Resende Cunha.
Quando Gilson Kleina mandou Maikon Leite para o aquecimento, a sensação
era de que ele sacaria seu jogador mais irritado. No entanto, o
palmeirense ousou e tirou Artur, deixando a equipe com três atacantes
para tentar retomar as rédeas do jogo. No plano tático, deu certo. O
Verdão passou a pressionar, mandar no jogo. O panorama era todo
alviverde. Faltou técnica.
Elkeson, Bruno e Renato após o segundo gol
(Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
(Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
De novo, o “simples” não apareceu. Luan, duas vezes, Maikon Leite e
Patrick Vieira tiveram a bola do jogo quase na pequena área, em lances
semelhantes. Nas quatro vezes, eles tentaram fazer uma jogada mais
bonita e perderam suas oportunidades. A torcida, claro, voltou a pegar
no pé. Pediu Obina, vaiou o árbitro, pressionou.
O castigo foi duro, quase um nocaute. De novo, Maurício Ramos, em dia
para ser esquecido. Aos 18 minutos, ele perdeu uma disputa com Lodeiro,
que cruzou na cabeça de Elkeson – o atacante acabara de entrar no lugar
de Fellype Gabriel: 2 a 1 para o eficiente Botafogo.
Nos 30 minutos que sucederam o gol de Elkeson, o pesadelo das chances
perdidas se repetiu no Palmeiras. E tome bola na trave de Maikon Leite,
defesa de Jefferson em chute do mesmo atacante, tropeço de Patrick
Vieira com o gol vazio, bola de Barcos que a zaga salva em cima da
linha...O Palmeiras martelava, martelava, martelava... Torcedores se
desesperavam nas arquibancadas. Nas finalizações, um verdadeiro
massacre. Tinham sido 21 tentativas de gol verde contra sete do
Alvinegro. Aos 45 minutos, Barcos, apareceu - de novo! - na sua missão
de salvador. O argentino dominou no peito dentro da área, deixou a bola
pingar e encheu o pé esquerdo no ângulo de Jefferson.
Atenção aos
números: 27 gols na temporada – e o sexto gol no Alvinegro em quatro
duelos.
O placar de 2 a 2, como mandante, ainda pode ser considerado um
resultado negativo. Mas pelo que o Palmeiras jogou e se dedicou, o
torcedor ainda tenta manter um fiozinho de esperança nas quatro partidas
finais para não ser rebaixado. Já o Botafogo, a oito pontos do G-4, vê a
vaga na Libertadores ficar cada vez mais complicada.
Barcos, o nome do jogo, é abraçado pelos companheiros (Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Na próxima rodada, o Botafogo recebe a Portuguesa, sábado às 19h30m
(horário de Brasília), no Engenhão. No domingo, o Palmeiras pega o
Fluminense às 17h, no Prudentão, em Presidente Prudente.