Bruno Mendes está fora do Botafogo, pelo menos, até audiência em janeiro
Por determinação judicial, CBF publica a rescisão de contrato do atacante com o Botafogo e a reativação do mesmo com o Guarani, seu ex-clube
Bruno Mendes durante treino no Botafogo
(Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)
(Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)
A Justiça determinou, e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) cumpriu. O Botafogo, por enquanto, não conta mais com Bruno Mendes
para as duas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro. No Boletim
Informativo Diário (BID) da entidade, nesta segunda-feira, o jogador
teve o seu contrato de empréstimo com o clube carioca rescindido por
decisão judicial, assim como o definitivo com o Macaé, e seu compromisso
com o Guarani, que vai até 31 de maio de 2014, foi reativado. O motivo é
a penhora não paga ao ex-jogador Andrei, em um processo trabalhista,
que corre em Campinas (SP). O departamento jurídico do Bota avisou que
não vai se pronunciar, mas que dará auxílio ao atleta e aguarda uma
solução para o caso o quanto antes.
Como terceiro interessado, o Botafogo até tentou mudar a decisão do
juiz Maurício Bearzotti de Souza, mas não teve atendido o seu pedido de
reconsideração da determinação do cancelamento do registro de Bruno
Pereira Mendes no BID da CBF. No entanto, o clube alvinegro conseguiu
que uma audiência com todas as partes envolvidas fosse marcada para o
dia 11 de janeiro de 2013.
Bruno Mendes dificilmente poderá jogar pelo Botafogo novamente até que
se chegue a uma solução para a ação, já que o juiz informa na decisão
que suas férias começam na próxima quarta-feira, dia 21, e não haverá
expediente no foro até lá.
A decisão do juiz foi publicada no dia 14 de novembro. Dois dias antes,
a CBF entrou em contato com o tribunal por e-mail para pedir
esclarecimentos. Pela mesma via, a entidade foi informada de como
deveria proceder e da multa diária de R$ 5 mil, caso não cumprisse a
ordem judicial.
No documento, o juiz lembrou os últimos acontecimentos relacionados ao
caso, como a renúncia do presidente do Guarani, Marcelo Mingone, e a
entrevista na qual disse que não possuía conhecimento da penhora no momento da negociação,
mas a manteve mesmo após o conhecimento do caso, porque "deu a palavra"
e não poderia "voltar atrás". Na decisão, ele escreveu que o dirigente
"desprezou a decisão judicial deliberadamente, sobressaltando a fraude".
BID
desta segunda-feira mostra rescisões do contrato de Bruno Mendes com
Botafogo e Macaé e a reativação do compromisso com o Guarani (Foto:
Reprodução)
No processo iniciado em 2005, na 9ª Vara do Trabalho de Campinas,
Andrei penhorou os direitos econômicos de Bruno Mendes, mas não recebeu
qualquer montante relacionado à negociação com o grupo HAZ Sport Agency,
no valor de R$ 7 milhões. O Guarani deveria ter depositado R$
516.563,19 em favor do ex-zagueiro.
Apesar da penhora feita em julho deste ano, Bruno Mendes foi registrado
pelo grupo com contrato até setembro de 2017 no Macaé. Então, o
Botafogo acertou o seu empréstimo até dezembro de 2013. O jogador teve
seu nome publicado no Boletim Informativo Diário da CBF no dia 21 de
setembro. Nove dias antes, já havia uma decisão da Justiça na qual o
Guarani era intimado a depositar o valor do processo.
Como proteção, o Botafogo conta com uma cláusula indenizatória
desportiva durante o empréstimo, que vai até 2013, no valor de seis
milhões de euros (R$ 15 milhões). Ou seja, se por qualquer motivo alheio
ao clube carioca acontecer a rescisão do atual compromisso, esse valor
deverá ser pago pelos donos de seus direitos. É o mesmo montante
estabelecido para o percentual a que tem direito em caso de negociação.
Se isso acontecer também durante o período, o clube teria direito a 25%
do valor líquido.