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Bruno Mendes: Justiça cobra valor total da venda para pagar credores

Penhora vai além da ação de Andrei e recai sobre totalidade dos direitos econômicos do jogador negociados pelo Guarani por R$ 7 milhões

 

Por Thales Soares Rio de Janeiro

Bruno Mendes, treino do Botafogo (Foto: Alexandre Cassiano / Agência o Globo) 
Bruno Mendes segue no Botafogo mas sem atuar
(Foto: Alexandre Cassiano / Agência o Globo)
 
 
A lista de processos trabalhistas contra o Guarani é longa e, com isso, a situação do atacante Bruno Mendes se complica cada vez mais. Se antes parecia que o pagamento de R$ 516.563,19 referente ao valor da ação do ex-jogador Andrei seria suficiente para liberar os seus direitos econômicos da penhora e, assim, revalidar o seu contrato de empréstimo com o Botafogo, a Justiça cobra do clube paulista na verdade o montante total da negociação com o grupo HAZ, que pagou R$ 7 milhões pelo jogador e o registrou no Macaé.

Em uma decisão atualizada do dia 30 de outubro no processo de Andrei, o juiz Maurício Bearzotti de Souza lista 12 ações contra o Guarani, que devem ser beneficiadas pela penhora dos direitos de Bruno Mendes. Entre os credores estão o ex-atacante Viola, o ex-meia Renato Pé Murcho e até Carlos Augusto Negrão, técnico de Tae Kwon Dô.

- Cancelado o negócio jurídico, conforme decisão anterior, considerando o valor mencionado na entrevista de fl. 319/320, determino que a penhora nos direitos econômicos do atleta Bruno Mendes seja aproveitada nos processos abaixo (...). Ou seja, a penhora deste feito compreende a totalidade dos direitos econômicos do atleta e eventual saldo será aproveitado nos processos acima - escreveu o juiz.

O empresário Gustavo Arribas esperava uma decisão favorável a Bruno Mendes até esta sexta-feira. Mas, por enquanto, o mandado de segurança pedido pelos advogados do jogador foi ignorado pela Justiça. O Botafogo conseguiu a marcação de uma audiência com todas as partes para o dia 11 de janeiro de 2013.

A rescisão do contrato de empréstimo com o Botafogo e o cancelamento de seu registro no Macaé foram publicados segunda-feira no Boletim Informativo Diário da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), assim como a reativação de seu compromisso com o Guarani. Desde então, o jogador não treina com o grupo no clube carioca por não poder aparecer de uniforme.

No contrato de empréstimo feito com o HAZ há uma cláusula que prevê o pagamento de seis milhões de euros caso Bruno Mendes deixe o Botafogo por motivos alheios a sua vontade. O valor também é o mínimo para uma negociação, na qual 25% do líquido seria pago ao clube carioca.

Marcelo Mingone, presidente do Guarani na época da negociação, renunciou ao cargo e não mais foi encontrado. O clube fez uma notificação ao dirigente para que desse explicações sobre o destino do dinheiro, mas não recebeu resposta.