Nas ruínas de Marechal: Oswaldo e revelações celebram futuro do Bota
Preparador físico do clube em 1980, técnico visita o local acompanhado de seis jogadores lançados por ele nos profissionais entre 2012 e 2013
O Botafogo aposta em um novo centro de treinamento para as categorias
de base, onde hoje estão ruínas de Marechal Hermes, e espera produzir
talentos para rechear ainda mais o time profissional de revelações
criadas no clube. Mas no mesmo local em que planeja o futuro está
presente o início da carreira do técnico Oswaldo de Oliveira, que em 1980 deu um salto quando ainda trabalhava como preparador físico (assista ao vídeo).
Ao lado de seis jogadores que lançou nos profissionais desde 2012,
Oswaldo teve a chance de rever o local onde conheceu pessoas com
importância histórica em sua carreira. Ali, conviveu, entre outros, com
Sebastião Leônidas, que ainda trabalha como observador, Paulo Amaral e
Vanderlei Luxemburgo, que o levou a ser auxiliar no Corinthians, clube
pelo qual chegou ao título mundial como treinador em 2000.
- O Botafogo foi o grande trampolim para mim. Eu tive a honra de trabalhar com o professor Paulo Amaral. Era treinador e tinha sido preparador físico da seleção brasileira de 1958. Conheci o Vanderlei. Ele era lateral-esquerdo. Eu estava no banco, contra o Campo Grande. Ele caiu, colocou a mão no joelho e falou: "Oswaldo, não dá mais". Acho que foi o último jogo dele como profissional - revelou Oswaldo.
- O Botafogo foi o grande trampolim para mim. Eu tive a honra de trabalhar com o professor Paulo Amaral. Era treinador e tinha sido preparador físico da seleção brasileira de 1958. Conheci o Vanderlei. Ele era lateral-esquerdo. Eu estava no banco, contra o Campo Grande. Ele caiu, colocou a mão no joelho e falou: "Oswaldo, não dá mais". Acho que foi o último jogo dele como profissional - revelou Oswaldo.
Leônidas ainda se faz presente em Marechal Hermes. Ele também
reencontrou Oswaldo, com elogios de sobra ao treinador, que já promoveu a
estreia de revelações do clube como Dória, Gabriel, Gilberto, Jadson,
Vitinho e Sassá. Domingo, contra o Flamengo, pela semifinal da Taça
Guanabara, no Engenhão, Dória e Gabriel serão titulares.
Oswaldo de Oliveira com os jovens que lançou nos profissionais do Botafogo (Foto: Thales Soares)
- Hoje em dia você vê quantos jogadores da base no profissional?
Oswaldo já botou cinco ou seis pelo menos no banco de reservas -
comentou Leônidas, zagueiro dos anos 60 e 70, que era treinador de
goleiros quando Oswaldo chegou ao Botafogo para trabalhar como
preparador físico.
As lembranças de Oswaldo ainda são fortes, e o treinador aponta com
facilidade as diferenças que existem em Marechal Hermes do seu tempo de
preparador físico para hoje em dia. Já com algumas partes do centro de
treinamento demolidas, o local está sem utilização e os jogadores das
categorias de base que moram no clube estão em Caio Martins.
- Nós jogamos muitos jogos do Carioca e do Brasileiro aqui em Marechal.
Era um estádio. O campo era nesse sentido e ali eram as arquibancadas
tubulares. Desse lado, ficava o alojamento - disse Oswaldo, na época
morador do Valqueire, que recebia carona de Leônidas, que morava em
Cascadura.
Os jogadores são gratos a Oswaldo pela oportunidade que receberam.
Mesmo aqueles que ainda lutam por uma vaga na equipe titular. O zagueiro
Dória, por exemplo, terminou o Campeonato Brasileiro jogando, mas
perdeu a vaga com a chegada de Bolívar. No clássico diante do Flamengo,
será titular novamente no lugar de Antônio Carlos, machucado.
- A gente fica feliz de nosso começo ser no mesmo ponto de partida
dele. Só de olhar, dá para perceber que o começo de todos nós foi
guerreiro, e o Oswaldo também tem isso dentro dele e é muito
gratificante estar hoje com ele, conseguindo realizar nosso sonho junto -
afirmou Dória.
Essa relação com os jovens tem feito Oswaldo, de 62 anos, rejuvenescer.
Até mesmo aposta entre eles tem sido motivo de diversão para o
treinador. Ele gostou de saber que Sassá, ao marcar um gol contra o
Resende, ganhou um relógio que Dória havia acabado de comprar.
- Isso tem me motivado muito aqui. A preparação dos meninos aqui na
base a gente tem acompanhado, inclusive nos juvenis. A gente leva lá
para o Engenhão para fazer treinamentos e conhece os jogadores -
explicou Oswaldo.
A promessa é de que o novo centro de treinamento seja entregue até o
fim do ano, segundo o gerente técnico Sidney Loureiro. Marechal Hermes
vai abrigar a Escola de Futebol do Botafogo, com as categorias de base
até o sub-17.
- Vai ter uma escola, uma alojamento grande, com capacidade para 72
atletas. A gente não tinha isso. Haverá uma piscina, quadra de futsal. A
previsão é de que esteja pronto até o fim do ano. Do sub-9 ao sub-17
integrados e treinando aqui - afirmou Sidney.