Comentarista cobra Fifa: tecnologia vale no tribunal, mas não em campo
Carlos Eduardo Éboli, da Rádio CBN, afirma que uso de imagens da televisão no futebol é incoerente: 'O jogo termina, mas acaba no STJD'
Para o comentarista da Rádio CBN, Carlos Eduardo Éboli, o uso de
imagens de televisão e outras tecnologias no futebol é incoerente. O
jornalista, inclusive, acredita que a Fifa precisa mudar as regras para o
uso de recursos externos no futebol. Na sua opinião, enquanto os
árbitros não podem contar com ajuda tecnológica, os tribunais a usam
para influenciar o resultado dos campeonatos.
- Acho estranho que a Fifa não se manifestar. Em vários momentos, a
tecnologia vai ajudar a arbitragem. Só a Fifa não enxerga. Todo mundo
analisa a arbitragem com tecnologia. O STJD coloca asterisco usando a
tecnologia, imagens de televisão. Como a tecnologia entra no julgamento e
não entra na partida? O jogo termina em campo, mas só acaba no
Tribunal. O STJD está esvaziando as arbitragens. É uma incoerência
generalizada - disse o comentarista, no "Redação SporTV" desta quarta.
Gol anulado de Barcos será discutido no STJD (Foto: Renan Olaz/Futura Press/Agência Estado)
Citando o polêmico gol do palmeirense Barcos, com a mão, contra o Internacional,
no sábado, Carlos Eduardo Éboli afirma que a anulação da jogada foi
justa, e isso é mais importante do que a discussão de onde teria vindo a
informação, do delegado da partida ou do quarto árbitro.
- A moral está acima da regra. Há um outro time, o Inter, que não pode
ser prejudicado. Não há prova concreta de que houve informação externa.
Acho ótimo que o erro tenha sido corrigido. Seria um erro grosseiro
validar um gol com a mão. Agora vão discutir no tribunal se o gol
irregular devia ou não ser anulado. É imoral. Não podemos achar que o
futebol é um mundo à parte da sociedade, onde vale tudo para vencer.
Para o colunista Chico Maia, dos jornais "O Tempo" e "Super Notícia", o
Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) poderia se recusar a
julgar o recurso do Palmeiras. Ao debater a decisão do árbitro Francisco Carlos Nascimento, o tribunal estaria diminuindo a importância da arbitragem.
- O STJD tem a prerrogativa de não aceitar a denúncia do Palmeiras.
Neste caso, o árbitro escreveu na súmula que não houve nada de anormal
naquela partida. Vai rasgar a súmula da partida? O futebol move milhões
de pessoas mundo afora. Já passou da hora de termos uma Justiça
Desportiva mais simples e mais séria.