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Adaptado ao Rio, Lodeiro ouve até pagode para aprender português

Em entrevista exclusiva ao LANCENET!, uruguaio deixa timidez de lado, revela 'mudança de personalidade' em campo e se diz fã de treinamentos físicos




 
Em quase três meses no Botafogo, Nicolás Lodeiro passou por várias mudanças. Antes tímido e de poucas palavras, o uruguaio se sente agora mais à vontade. Ligado na moda brasileira, o meia garante, em conversa exclusiva com o LANCENET!: está bem adaptado ao Rio.

Vindo do Ajax (HOL) em agosto, Lodeiro alterou não só o visual (deixou o cabelo mais curto), mas a própria personalidade. No começo, falava quase sempre com o garoto Tellechea, único compatriota no elenco. Agora, Nico não nega o jeito acanhado, mas já fala com todos no clube:

– Sou tímido, demoro a me abrir, especialmente porque sou novo aqui. Mas todos me abriram as portas e isso facilitou. Fez com que eu pudesse me sentir mais à vontade.
Sobre o português, que considera relativamente fácil, o uruguaio afirma que foi aprendendo o idioma nas “resenhas” com os parceiros.

– Aprendi no dia a dia, com os companheiros e funcionários. Vejo televisão e escuto música para aprender – disse Lodeiro, que revela o estilo que mais gosta de ouvir:

– Gosto de “pagôshe” (pagode), essas coisas (risos). É o que se ouve no vestiário e procuro me adaptar à cultura dos meus companheiros.

‘MILONGA’ NECESSÁRIA
Mesmo que ainda não tenha a típica ginga brasileira, Lodeiro não foge às origens ao dizer que a chamada “milonga” uruguaia dentro de campo é o que lhe faz superar a ligeira timidez que tem fora dela.
– Fora de campo sou tranquilo, simples, falo pouco. Mas, em campo, mudo totalmente e deixo a timidez de fora. Se preciso discutir com rivais ou prender a bola para tirar vantagem, não tenho problemas.
Até 2016, fim de seu contrato com o Botafogo, o que não faltarão são oportunidades para que Lodeiro se torne mais que “hermano”, mas um irmão dos brasileiros.

TREINOS FÍSICOS NÃO ASSUSTAM
As atividades físicas, parte do treinamento que a maioria dos jogadores não gosta muito, não é empecilho para Lodeiro. O camisa 14 vai na contramão do “gosto popular” e garante se sentir bem por fazer os exercícios.

Mesmo oriundo do Uruguai e após passagem pela quase sempre fria Holanda, o meio-campista disse que o calor carioca não o intimida em sua meta de crescer:

– Gosto dos trabalhos físicos porque são a base para você estar bem no jogo. O ritmo e a intensidade são outros, é preciso estar pronto. Vim de um clima frio, aqui é o oposto... Então preciso me esforçar ao máximo.

- Bate-bola:

Nicolás Lodeiro
Meia do Botafogo, em entrevista exclusiva ao LANCENET!

Como você está vendo sua adaptação ao Rio de Janeiro?
Vem sendo muito boa. Ainda não está 100%, mas estou avançando aos poucos. Gosto muito do Rio, estou curtindo um país muito grande e muito bonito, que ainda falta muito para conhecer. Mas a adaptação vai bem e fico feliz por isso.

A que você deve essa mudança de personalidade quando joga?
Você não pode entrar em campo sentindo medo dos adversários ou sem saber se comunicar com os companheiros. Em campo, é importante tratar de brigar pelas bolas. É por isso que mudo tanto.

Como você vê sua sequência como titular (últimos três jogos)?
Acho que todo jogador quer ser titular. Não sou diferente. Respeito as decisões do treinador e não tenho problema em ser reserva. Mas vim para o Botafogo para mostrar que posso jogar. Com essa adaptação, acho que vou conseguindo.

Jogar a Libertadores por um clube brasileiro é algo que seduz?
Isso depende de outros resultados. Estamos mirando um jogo por vez, para ver se teremos chances. Agora não pensamos na Libertadores, só no Palmeiras (adversário de domingo, pelo Brasileirão).