Dorival Júnior reforça discurso contra o imediatismo
Técnico combate tese da ‘terra arrasada’ mas diz que há muito trabalho a fazer
Carlos Eduardo Mansur
RIO - Desde o início do ano, Dorival Júnior bate na tecla da
necessidade de ter tempo para promover a reformulação que pretende no
Flamengo. Desde que as vitórias surgiram na Taça Guanabara, pedia
moderação nos elogios ao time. Neste domingo, após a primeira decisão do
ano e após ver o time não funcionar no clássico com o Botafogo, o treinador manteve o tom. E pediu que não se faça “terra arrasada” após a eliminação.
A derrota marcou a terceira semifinal de turno seguida perdida pelo Flamengo, que em 2012 perdera duas vezes para o Vasco.
A derrota marcou a terceira semifinal de turno seguida perdida pelo Flamengo, que em 2012 perdera duas vezes para o Vasco.
Apesar
do pedido de paciência, a lista de tarefas a curto prazo parece
extensa: a busca da regularidade, a capacidade de manter seu padrão de
jogo e, principalmente, o progresso de jogadores que buscam a melhor
forma, como o meia Carlos Eduardo. O meia, aliás, esteve três vezes em
campo pelo Flamengo na Taça Guanabara. Como vem de longa inatividade,
acabou destoando do estilo veloz que o time rubro-negro tenta imprimir.
Dorival pede calma com o jogador e com a equipe.
— É preciso ter
paciência. A sequência será fundamental para o crescimento dele — disse
Dorival.
— Não vejo alteração alguma com a derrota. Mesmo em caso de
conquista, não iríamos alterar a convicção de que muita coisa precisa
ser melhorada. Não há motivo para terra arrasada. Toda derrota é
dolorosa, mas somos profissionais e temos obrigação de entrar no segundo
turno para lutar pelo título.
Agora, o Flamengo terá duas semanas
sem jogos até a estreia na Taça Rio, contra o Resende. E o técnico
Dorival Júnior pretende fazer da queda no primeiro turno um trunfo.
—
Vamos fazer muitos trabalhos coletivos. O time já teve um belo
crescimento neste início de trabalho. O grande acerto até aqui foi
encontrar um padrão para este início de ano — disse o treinador.
Embora
tenha reconhecido a superioridade do Botafogo e a justiça do placar,
Dorival Júnior lamentou o gol sofrido no primeiro minuto de jogo.
—
Nessa hora, é até difícil falar alguma coisa. Não sei se pelo gol do
início, pelo acerto perfeito da marcação do Botafogo, mas no primeiro
tempo o Flamengo não jogou. É difícil errar justamente no momento
decisivo — disse Dorival.
O goleiro Felipe disse que seu avanço ao
ataque, no lance que acabou resultando no segundo gol do Botafogo, foi
um risco calculado. E
— Era o último ataque. Tentamos até o fim. Sabia do risco ao tomar a decisão. Agora é trabalhar — disse o goleiro.