Após atuação de Bennett, Assaf analisa linha tênue que é a profissão de árbitro
Colunista do LANCE! entende que é possível se reerguer após erros no apito
Roberto Assaf -
Rio de Janeiro (RJ)
Depois da atuação
polêmica de Philip Bennett no confronto entre Madureira e Botafogo, na
tarde do último domingo, pela segunda rodada da Taça Rio, o colunista do LANCE!
Roberto Assaf fez uma análise sobre quão extrema pode ser a profissão
de árbitro de futebol. No entender dele, apesar de um equívoco grave, é
possível haver uma retomada por parte do homem do apito na carreira.
"Quando
o ser humano decide ser árbitro já sabe de antemão que o futebol é
capaz de despertar amor e ódio com igual intensidade. E logo, que a sua
atividade estará sempre sujeita a chuvas e trovoadas. Num clássico
recente, entre Botafogo e Flamengo, Grazianni Maciel Rocha interpretou a
intervenção de Marcelo Mattos, em chute de Rodolfo, como bola na mão, e
não assinalou pênalti. Pois a torcida rubro-negra culpou o árbitro pela
derrota. Pelo contrário, se marca a infração, seria massacrado pela
turma de General Severiano.
Sendo assim, é claro, o cidadão
precisa aprender sobretudo a conviver com muitas críticas e raros
elogios. Logo, ainda há muito tempo para uma reflexão, e reconhecer os
equívocos, pois agindo em sentido inverso terá dificuldade para
prosseguir na profissão. Alguns dos maiores árbitros do futebol
brasileiro - incluindo os que apitaram em Copas do Mundo - cometeram
erros terríveis e conseguiram se manter dignamente na atividade.
O
árbitro tem às vezes segundos para tomar decisões que serão analisadas
por longo tempo, com base em imagens que se repetirão na TV em dezenas
de ocasiões, glorificando ou - normalmente - crucificando a sua atuação.
Mas há a sempre a possibilidade da recuperação. Aliás, sem juiz, e sem
os prós e contra em torno deles, não existe futebol. Logo, a absolvição,
num primeiro momento, é absolutamente compreensível".