Total de visualizações de página

Conforto e segurança são as prioridades do Novo Maraca

 

 
Um Maracanã moderno, com segurança e conforto é o que promete Ícaro Moreno, presidente da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (EMOP) e engenheiro responsável pela obra do Templo do Futebol. De acordo com ele, o objetivo é que a chegada ao estádio e a permanência nele sejam tão confortáveis quanto ver um jogo pela TV de casa, com a diferença de que no Maracanã o torcedor poderá participar efetivamente do espetáculo.

Nessa entrevista especial para o Novo Maraca, Ícaro aponta qual é o próximo passo e destaca os pontos altos do novo Maracanã.


Novo Maraca: Atualmente, o Maracanã está com 62% das obras concluídas. Qual o próximo passo?
Ícaro Moreno: É fazer o escoramento e um suporte para os 120 cabos tensionados que serão usados na cobertura. Utilizaremos um processo chamado Big-lift, com suporte de 120 macacos hidráulicos para levantá-los. Após isso, os alpinistas vão esticar a membrana para prendê-la sobre esses cabos. A partir de setembro diria que 80% da reforma entrará em fase de acabamento e os outros 20%, ficará por conta da instalação da cobertura.

NM: Com a estrutura das arquibancadas já prontas, qual a previsão para colocação das cadeiras?
IM: A previsão é para dezembro. Vamos ainda fazer uma regularização sobre as arquibancadas, colocando os números nos espelhos dos degraus, para ajudar na limpeza. A cadeira será retrátil, o que facilitará também a passagem das pessoas dentro do estádio.

NM: O torcedor terá mobilidade de uma arquibancada para outra?
IM: Não. As entradas serão independentes. Nos bilhetes, as pessoas terão a indicação do setor, da fila, da cadeira e por onde devem entrar para o lugar comprado.

NM: O torcedor ficará bem próximo ao campo e as torcidas não ficarão divididas. Não há preocupação com isso?
IM: Entendemos que o torcedor deve ser educado. Pelo menos durante a Copa, não terá nenhuma barreira entre campo e arquibancadas, e nem entre torcidas. Pensamos, inclusive, em colocar policiais no lugar que era o antigo fosso, para garantir a segurança do espetáculo. No entanto, essa situação é reversível. O novo administrador do estádio poderá escolher se quer dividir
as torcidas, por exemplo.


NM: O campo é a última coisa a ser feita?
IM: Essa obra é feita em conjunto. Precisamos rebaixá-lo ainda, mas já começamos a trabalhar na drenagem externa
e gora em setembro, iniciaremos a interna.

NM: O que o torcedor verá de diferente no novo Maracanã?
IM: Estamos trabalhando para ele ficar com qualidade, conforto e segurança. O que o torcedor espera é que ele possa ter mobilidade na entrada e saída, conforto para ir ao banheiro e ao bar, e que possa trazer crianças. Teremos 360 câmeras de segurança, equipes da policia, bombeiros e equipe médica em todos os pavimentos do estádio. A ideia é que ele tenha no estádio, algo diferente do que tem em casa. No Maracanã, ele vai sentir o calor da torcida, estará próximo do jogador e vai poder torcer com muita vibração.

NM: Qual legado essa obra vai deixar?
IM: Muitos conceitos já mudaram. Um deles foi a questão da responsabilidade ambiental. Termos uma obra pública com certificação LEED, o que ainda não é comum no Brasil, é um grande passo. Vamos captar água de chuva, reciclar a água da drenagem do campo,
reaproveitá-la nos banheiros, e além disso, gerar energia solar.

NM: Você considera essa obra um marco?
IM: A recuperação do estádio é um case mundial. O objetivo dessa recuperação é que o torcedor utilize o estádio para o que ele foi construído, que é abrigar partidas de futebol. Não mudamos a característica do Maracanã.