Seedorf pede apoio a Rafael Marques e condena gritos por Loco Abreu
Holandês convoca torcida e cita situação do atacante, vaiado nos últimos jogos. 'Loco foi importante, mas não está mais aqui', argumenta
O Botafogo volta ao Engenhão nesta quarta-feira depois de dois jogos
fora do Rio de Janeiro em busca de um relacionamento mais estreito e
positivo com a torcida. Com um gol em cobrança de falta de Seedorf,
o time conseguiu vencer por 2 a 1 o Atlético-GO, no Serra Dourada, onde
contou com apoio irrestrito dos alvinegros, maioria no estádio do
adversário.
Agora, o holandês espera ver o mesmo apoio no Engenhão, onde o time tem
sofrido com vaias dos torcedores, principalmente por ter perdido dois
dos três jogos que disputou lá desde a chegada do holandês. Com 23
pontos, o Botafogo está em sétimo lugar na classificação.
- Desde que cheguei, vejo uma evolução positiva do time, mas a gente
precisa dos torcedores. Sem eles, não há como alcançar os objetivos. Tem
jogador precisando muito de apoio, como o Rafael Marques, por exemplo,
que também é novo no grupo. Vejo torcedores gritando o nome do Loco
Abreu, que foi importante, mas não está mais aqui, nem vai voltar agora.
Quem precisa de apoio é quem vai ficar até o fim do ano. Estou
convencido de que amanhã vai virar essa coisa e apoiarão o Rafael, que
começará a sentir esse calor. Não só ele, mas todos - afirmou Seedorf.
Influência
europeia: Seedorf quer levar ao Botafogo o hábito de agradecer à
torcida, ganhando ou perdendo (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)
Nos dois últimos jogos em que atuou, nas vitórias sobre Figueirense e
Atlético-GO, Seedorf se preocupou em convocar todo o grupo para ir em
direção aos torcedores e agradecer ao apoio. Era uma prática comum para
ele na Europa, não só nas vitórias, e que espera conseguir trazer para o
Botafogo, ajudando a aumentar a integração entre time e torcida.
- A torcida paga para entrar e durante o jogo está junto com a gente. O
resultado não pode influenciar se você vai agradecer ou não. Isso é uma
troca. Eles pagam para vir ao jogo e nos apoiar. O time sempre quer o
melhor, mas não vence em todas. Independentemente disso, tem que
agradecer. Isso ajuda a aumentar o respeito do time para o torcedor e
vice-versa - comentou Seedorf.
Como exemplo da relação entre time e torcida, o holandês citou o
Liverpool, adversário na final da Liga dos Campeões de 2005. Os
ingleses, que foram para o intervalo perdendo para o Milan por 3 a 0,
reagiram no segundo tempo e fizeram 3 a 3, conquistando o título nas
cobranças de pênaltis.
- Que loucura fez a torcida do Liverpool, apoiando e ganhando o jogo
nos pênaltis. É muito frequente esse tipo de atitude. Eles agradecem
sempre depois do jogo aos torcedores. É algo muito importante - explicou
Seedorf.