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Escrita e rivalidade: clássico para Seedorf vale apenas três pontos

Holandês trata duelo contra o Fla apenas como mais um jogo que o Botafogo precisa vencer e diz que não há motivo para morrer por isso

 

Por Thales Soares Rio de Janeiro


Seedorf no treino do Botafogo (Foto: Wagner Meier / Agif) 
Seedorf trabalha para chegar inteiro no clássico
com o Flamengo (Foto: Wagner Meier / Agif)
 
A experiência de Seedorf parece suficiente para não temer números. Com clássicos de peso no currículo, como Real Madrid x Barcelona e Milan x Inter, o holandês vai enfrentar o Flamengo, domingo, no Engenhão, pelo Campeonato Brasileiro, com seu sorriso habitual e a tranquilidade aparente de um jogador de 36 anos que enfrentou todo o tipo de pressão em sua carreira.

Contra o Flamengo, Seedorf enfrentará uma escrita longa. Pelo Campeonato Brasileiro, o jejum de vitórias é de 12 anos (18 jogos). A última vez em que o Botafogo venceu o clássico na competição foi em 7 de outubro de 2000, por 3 a 1, quando Donizete, Denis e Sandro marcaram os gols, com Petkovic descontando.

- Há um momento em que as coisas viram, né? Lembro também no Milan de alguma marca negativa desse tipo. Não estamos aqui há 12 anos. Acho que o jogador mais antigo do grupo está aqui há quatro. Pode ser uma motivação a mais, mas a gente vai com o espírito livre - comentou Seedorf.

Consciente do que significa o jogo para o ambiente, Seedorf procura minimizar o confronto para evitar qualquer clima mais intenso de rivalidade que possa ultrapassar o limite do campo de futebol. Ele trata o clássico como mais um confronto na campanha do time no Campeonato Brasileiro.

Esses confrontos são bonitos para jogar e vamos fazer o máximo para ganhar, primeiro pelos três pontos e em segundo pela rivalidade no aspecto esportivo. Não é uma guerra. É um jogo de futebol "
Seedorf
 
- Não sou um cara de falar o contrário do que penso. Para mim, são três pontos em jogo. Não vejo o Flamengo, especificamente. Já joguei clássicos importantes, alguns mais importantes do que outros, como aquele em que Milan eliminou o Internazionale na semifinal da Liga dos Campeões em 2003, mas esses confrontos são bonitos para jogar, e vamos fazer o máximo para ganhar. Primeiro pelos três pontos, em segundo pela rivalidade no aspecto esportivo. Não é uma guerra. É um jogo de futebol - disse Seedorf.

A morte de um vascaíno no clássico entre Flamengo e Vasco na última semana, em confronto pelo Brasileirão, deixou Seedorf preocupado com o comportamento dos torcedores. Ele fez questão de dizer que a demonstração de uma rivalidade sadia deve começar entre os jogadores, comissões técnicas e presidentes dos clubes.

- São clubes da mesma cidade, ligados de uma maneira ou de outra. Um bom esportista respeita o seu adversário, mas tem a cabeça nos objetivos do seu time. O torcedor tem que entender que trata-se apenas de um jogo de futebol. A rivalidade deve existir, até porque sem ela o esporte não existiria, mas num mundo onde há guerra, no qual você não pode sair de casa por causa de sua crença, o esporte pode ter essa diferença. Tem que ser um prazer jogar um clássico, e isso deve começar com jogadores, treinadores e presidentes falando com respeito um do outro. Minha experiência aqui tem que ser viver um clássico bonito, seja com vitória do Botafogo ou do Flamengo, um jogo bem jogado. Ninguém tem que morrer por isso - explicou Seedorf.