Barcos faz dois golaços, e Verdão fica em vantagem contra o Botafogo
Argentino brilha na estreia pela Sul-Americana e resolve nos 2 a 0 desta quarta, em Barueri. Alvinegro faz bom primeiro tempo, mas cai de produção
-
o nome do jogoBarcosApós um primeiro tempo apagado, Barcos marcou dois belos gols na segunda etapa e foi o grande nome da boa vitória palmeirense na estreia.
-
a decepçãoR. MarquesA grande chance do Botafogo no segundo tempo saiu dos pés do atacante. O alvinegro entrou livre na área, abaixou a cabeça e chutou em cima de Bruno.
-
a vítimaA. HausmannInsatisfeito com a arbitragem, Felipão não foi para o banco. Do camarote, viu a torcida acertar uma bolada na cabeça do auxiliar Altemir Hausmann.
Campeão da Copa do Brasil e garantido na Taça Libertadores de 2013, o
Palmeiras esqueceu momentanemente a campanha ruim no Brasileirão na
noite desta quarta-feira. Com dois gols golaços de Barcos, o Verdão
estreou na Copa Sul-Americana com uma vitória por 2 a 0 sobre o
Botafogo, na Arena Barueri, e conquistou boa vantagem para o jogo de
volta da primeira fase, dia 22 de agosto, no Engenhão. Pode perder por
um gol de diferença - ou dois, desde que marque na casa do adversário -
para avançar. O Alvinegro, que vê no torneio a chance de chegar à
Libertadores, precisa vencer por três ou mais gols de diferença se
quiser se classificar para a fase internacional da competição. Vitória
carioca por 2 a 0 levará a decisão para os pênaltis.
Ser goleador na Sul-Americana está longe de ser novidade para Barcos.
Com os dois marcados contra o Botafogo, ele chegou a 12 na história da
competição. Isso em 19 jogos. Ele foi o dono da festa nesta quarta, com
boas jogadas e gols bem trabalhados, sem chances de defesa para
Jefferson. O público, porém, decepcionou: apenas 3.833 pagantes
assistiram à bela partida do argentino em Barueri.
O Botafogo de Oswaldo de Oliveira começou bem a partida, mandou no
primeiro tempo, mas não soube concluir bem as chances que criou. O
castigo veio logo no minuto inicial da segunda etapa, com o primeiro gol
do Verdão. O “projeto Libertadores” continua, mas o Glorioso terá
missão ingrata no Engenhão.
As duas equipes esquecem um pouco o torneio internacional e voltam a
campo pelo Campeonato Brasileiro. No sábado, o Palmeiras, que está na
zona de rebaixamento, recebe o Inter na mesma Arena Barueri, às 18h30m
(horário de Brasília). No mesmo dia e horário, o Botafogo visita o
Atlético-GO no Serra Dourada.
Renato disputa jogada pelo alto com Marcos Assunção (Foto: Marcos Bezerra / Futura Press)
Botafogo acerta a trave; Verdão, o bandeira
Felipão e Oswaldo levam a sério a Sul-Americana, e por isso escalaram
força máxima para o confronto. O Palmeiras contando com Marcos Assunção,
o capitão que levantou a taça da Copa do Brasil, e que não jogava desde
a final porque sentia dores no joelho direito. E o Botafogo com seu
time de vários meias, incluindo o improvisado Elkeson como único
atacante, tinha quase todo mundo presente – menos o astro Seedorf, que
viajou com o elenco e até treinou nesta quarta-feira, mas foi poupado
pelo comandante.
Sem um centroavante definido – Rafael Marques ficou no banco – o
Botafogo tomou conta do meio-campo e fez valer seu toque de bola. O
sistema defensivo do Verdão tinha os retornos de Assunção e do zagueiro
Maurício Ramos, ambos sem ritmo de jogo. Assim ficou difícil marcar os
rápidos Vitor Júnior, Andrezinho e Fellype Gabriel, além de Elkeson.
As chances começaram a surgir naturalmente para o Glorioso, sempre na
base da velocidade. Primeiro, uma bola na trave de Andrezinho após passe
do volante Jadson. Depois, jogada espetacular de Elkeson, que achou
Vitor Júnior disparando sozinho em direção à área – Bruno fez grande
defesa e evitou o gol. Espaço na defesa alviverde não faltou. Por isso,
as poucas dezenas de torcedores do Botafogo se animaram.
Do outro lado do campo, a irritação do torcedor foi descontada no
auxiliar Altemir Hausmann. Uma bola veio das arquibancadas e acertou a
sua cabeça. Suficiente para os palmeirenses sorrirem. O time visitante
jogou bem, teve a bola por mais tempo nos pés, mas o Palmeiras colaborou
para esse domínio. Lances de ataque, só mesmo nas conhecidíssimas bolas
paradas de Assunção – descalibrado, ele não levou perigo. Barcos voltou
a sofrer com um problema que não lhe incomodava há muito tempo: a falta
de aproximação dos meias.
Mazinho, mais recuado do que de costume, não soube assumir o papel de
armador da equipe. Acabou sacado aos 38 minutos, para a entrada de
Obina, que pouco pôde fazer no primeiro tempo. A alteração não foi
arquitetada no banco de reservas, mas sim nas tribunas. O técnico Luiz
Felipe Scolari não quis ficar à beira do campo, já que tem problemas
antigos com o auxiliar Roberto Braatz, que passou o primeiro inteiro à
frente do auxiliar Flávio Teixeira, o Murtosa.
Vitor Júnior tenta passar pela marcação de Leandro Amaro e Maurício Ramos (Foto: Agência EFE)
Felipão sacou Maikon Leite, inoperante pelo lado esquerdo, e lançou
alguém mais acostumado a jogar pelo setor: Fernandinho. O Palmeiras
voltou ligado. E o Botafogo, ao contrário, esqueceu o futebol no
vestiário. Logo no primeiro lance, Fernandinho e Juninho tabelaram,
levaram perigo a Jefferson e fizeram a torcida acreditar que esse time
podia, enfim, voltar a exibir o futebol da Copa do Brasil.
E quem melhor do que Barcos para comandar a retomada alviverde?
Acostumado à Sul-Americana, que já disputou pela LDU em 2009 e 2010, o
Pirata ficou à vontade logo no primeiro minuto do segundo tempo.
Cruzamento de Artur, domínio macio com o peito, finta em Lucas e toque
com estilo no ângulo esquerdo de Jefferson. Golaço, daqueles para
guardar, e 1 a 0 Verdão em Barueri.
Não satisfeito, o Pirata resolveu brilhar mais uma vez aos 19 minutos,
depois de o Palmeiras ter pressionado mais o rival. Enquanto Fábio
Ferreira e Antônio Carlos se entreolhavam, Barcos matava a bola no
peito, ajeitava para o pé esquerdo (que nem é o bom) e encontrava mais
uma vez o ângulo de Jefferson, agora o direito. São 12 gols em 19 jogos
em Sul-Americanas. E 2 a 0 Verdão no placar.
Só que o Botafogo tentou demais diminuir o prejuízo. Oswaldo tirou
Fellype Gabriel e lançou Rafael Marques, homem de referência. O problema
é que ele não aproveitou a maior oportunidade do jogo, quando ficou à
frente de Bruno: abaixou a cabeça e soltou a bomba... Em cima do
goleiro. O gol perdido desanimou os botafoguenses, que antes mesmo do
fim da partida já enrolavam suas faixas na arquibancada e esperavam o
apito final. Sul-Americana, agora, só daqui a três semanas. A realidade
se volta para o Brasileiro: Botafogo buscando a Libertadores, Palmeiras
tentando deixar a zona da degola.