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Mancini critica arbitragem na derrota para o Bahia: "Me senti desrespeitado"

Técnico alvinegro é duro nas críticas ao juiz mineiro Igor Junio Benevenuto, que expulsou Ramirez, Emerson e Julio Cesar na noite desta quarta-feira

Por Rio de Janeiro


O técnico do Botafogo, Vagner Mancini, não poupou críticas ao árbitro mineiro Igor Junio Benevenuto, que apitou a derrota do Botafogo para o Bahia, por a 3 a 2, nesta quarta-feira, no Maracanã. A partida, válida pela 22ª rodada do Brasileirão foi marcada por três expulsões de jogadores do Alvinegro, duas durante o jogo e uma após o apito final.

Mancini disse que "se sentiu desrespeitado" e que o Botafogo tem sofrido com as atuações dos juízes.
Contra o Bahia, Ramírez, Emerson Sheik e Julio Cesar receberam cartões vermelhos. Ramírez foi expulso após empurrar o volante Uelliton. O mesmo jogador causou a saída de Emerson, que havia sido advertido por reclamação, e numa disputa de bola levantou o pé e acertou o camisa 8 do Bahia. Já o lateral alvinegro foi expulso após o apito final, por reclamação.
- Durante o jogo não tem muito o que falar para os jogadores em uma situação dessa. O time tentou se defender heroicamente. Antes das expulsões, o jogo era outro. Vencíamos a partida, jogávamos bem. O jogo era muito duro. De repente, tudo aconteceu. Temos que destacar algumas coisas que foram vistas, como a atitude o time no início do jogo. Estou cansado de os árbitros virem aqui apitar contra o Botafogo

O alvo do treinador foi o árbitro Igor Junio Benevenuto. Ele apitou cinco partidas na atual edição do Campeonato Brasileiro e ainda não havia marcado nenhum cartão vermelho.

- A cada rodada aprendo o nome de mais um árbitro jovem que vem apitar jogos nossos. É o quinto. O Botafogo tem uma história enorme. Eu me senti desrespeitado. Ele errou para as duas equipes, mas prejudicou o Botafogo.

O treinador citou cada expulsão para argumentar que as marcações foram equivocadas:

- Com dois minutos, o Lomba empurrou o nosso atleta e o critério usado com o Ramírez foi diferente. O jogador que fez o pênalti não levou o cartão. Ele perdeu o jogador no lance. Os erros foram acontecendo... Já revi os lances das expulsões. O Ramírez ele não dá a falta em cima dele, e o Ramírez dá um tranco para trás e quando se choca, o braço de apoio toca no rosto. O esbarrar no rosto foi a consequência, não deu a cotovelada. A expulsão do Emerson foi em uma disputa de bola, já tinha marcado o Emerson. O primeiro (cartão) que levou foi em um lance que ele próprio levou a falta. Todos estavam de cabeça quente porque o árbitro estava com critérios diferentes. Vários jogos fora nós vimos arbitragem caseiras, como contra o Atlético-PR e Inter. Gostaria de falar sobre gols, mas não vou me calar. Repito. Me senti desrespeitado hoje.

Com 22 pontos, o Botafogo viu o Bahia passar na tabela. Agora os alvinegros estão na zona de rebaixamento, em 17º. No sábado o adversário é o Criciúma, às 21h, no Heriberto Hülse.

Confira a entrevista completa:

Conversa com os expulsos

- O Ramírez e o Emerson também vacilaram, temos que ser justos. Serão chamados atenção diante do grupo, assim como fiz com os outros. Quando o Airton foi expulso, eu disse que foi justo. Hoje, não tive essa impressão. Depois que expulsou os dois, deixou o jogo correr. O Bahia não tem nada com isso, fez o jogo dele. Emocionalmente nossos jogadores estão destruídos no vestiário agora. Mas dentro de campo o time se comportou da maneira que tinha que se comportar depois dos vermelhos.

Revolta de Emerson contra a CBF

- Me contaram. Não sei se disse que a CBF é uma vergonha ou o que aconteceu é uma vergonha para a CBF. O Emerson vai se explicar depois. Estava de cabeça quente. Ninguém que não estava dentro do campo pode julgar, emocionalmente o cara vai de zero a dez rapidamente. Agora, temos que ver o que vão fazer com o árbitro também. Muitas vezes falamos sobre assuntos que muitas pessoas não querem ouvir. Tudo isso tem que ser muito pensado.

Profissionalização da arbitragem

- Eu já toquei nesse assunto várias vezes. Acho fundamental. O cara durante a semana tem uma outra atividade, aí chega no jogo e precisa de raciocínio e reflexos rápidos. Mesmo com a ajuda de auxiliares, é difícil tomar as decisões. Já passou da hora de profissionalizar. Futebol envolve bilhões. Tem que existir uma reformulação também nas medidas da CBF. Nos últimos jogos, foram só árbitros desconhecidos. São partidas decisivas, é preciso de mais experiência. Acho que a CBF está enxergando isso. Considero que a arbitragem é o alicerce mais rachado do futebol brasileiro após a Copa.

Gol contra feito por Dankler

- Foi um lance de jogo. Ainda não revi na TV, mas ele me disse que foi um quique da bola. Não tenho que chamar atenção dele, foi algo que pode acontecer com outros jogadores.

O que levar de ensinamento do jogo

- Nós fazíamos um bom jogo no primeiro tempo, o time estava encaixado. Com nove, tivemos uma boa postura de entrega. Tudo isso podemos usar para o futuro. Até a expulsão do Rogério (contra o Ceará), não tínhamos nenhum vermelho. Agora, já temos cinco. Isso acarreta muitos problemas e me obriga a fazer improvisações. Vamos sentar e conversar.

Peso de estar na zona de rebaixamento

- O psicológico de estar na zona de rebaixamento é sempre chato, ninguém gosta de ver a tabela. Temos que olhar para frente com calma. Temos uma dura missão contra o Criciúma na casa deles, mas podemos começar a reverter a situação.

Projeção para tentar se afastar da zona de rebaixamento

- Nós havíamos feito uma meta de 14 pontos para os seis próximos jogos. A derrota para o Bahia não estava nos planos, mas é óbvio que vamos brigar muito nos próximos cinco para recuperar. É até difícil falar de projeção agora porque o jogo de hoje ainda está muito na minha cabeça.

Possíveis reforços contra o Criciúma

- O Carlos Alberto deve ficar à disposição. O Junior Cesar já está. Contra o Criciúma, teremos cinco ausências que serão sentidas. Nos últimos jogos jogamos com times diferentes do que o torcedor sabe que é o titular. Diante deste quadro, temos que sentar e realinhar o trem. Está descarrilando e tem que voltar ao eixo. Nossa campanha não pode ser de uma equipe que vem de quatro derrotas.

Aspectos positivos das mudanças forçadas

- Ao menos modificar o time em cinco posições pode ter este aspecto positivo de colocarmos jogadores com mais gás e menos desgastados do que esse que atuaram contra o Bahia. Sobre o fator emocional, é sacrificante. Com o resultado ruim, o jogador acha que todo o esforço dele não valeu de nada.

Possibilidade de John Lennon ser utilizado

- Nestes últimos dias pensei nessa possibilidade. Ele estava lesionado, passou muito tempo fora e teve dificuldades para voltar. Ainda está em um ritmo abaixo, mas se está no elenco será analisado. Fez um jogo-treino contra o sub-20 e a impressão é de que a parte física e técnica está abaixo, mas pode ter oportunidades.