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Recorde: nove equipes terminam o Brasileirão sem trocar de técnico

Dança dos treinadores foi menos intensa nesta temporada que em todos os outros campeonatos da era dos pontos corridos: 20 mudanças no total

 

Por Rodrigo Breves e Roberto Teixeira Rio de Janeiro

 abel FLUMINENSE x VASCO (Foto: Nelson Perez/Flick Fluminense F.C.) 
Abel Braga comandou a conquista do tetra desde o
início (Foto: Nelson Perez/Flick Fluminense F.C.)
 
 
A velha máxima de que time que está ganhando não se mexe valeu também para quem comandou as equipes na Série A. No Brasileirão 2012, nove clubes terminaram a competição com o mesmo técnico que começou o trabalho em maio, o que é um recorde na era dos pontos corridos. Até então, o máximo de times com o mesmo comando do início ao fim havia sido das temporadas 2008 e 2011, quando sete técnicos mantiveram o emprego.

Os times que não mexeram seguirão na Primeira Divisão em 2013. Os três primeiros não mexeram no comando: o campeão Fluminense, de Abel Braga, o vice Atlético-MG, de Cuca, e o terceiro colocado Grêmio, de Vanderlei Luxemburgo. Entre os times que asseguraram vaga na Libertadores 2013, apenas o São Paulo mudou de técnico durante a competição. Ney Franco assumiu o cargo que foi de Emerson Leão.

O Corinthians, de Tite, campeão da Libertadores, também não teve motivo para mudar, já que o Brasileiro foi tratado como um grande teste para o Mundial de Clubes. O Botafogo, de Oswaldo de Oliveira, o Santos, de Muricy Ramalho, o Náutico, de Alexandre Gallo, e a Portuguesa, de Geninho, preferiram a manutenção do trabalho e, mesmo sem campanhas brilhantes, todos permaneceram na elite nacional. Por fim, o Cruzeiro até anunciou que Celso Roth não seria mais o treinador para a próxima temporada, mas ele manteve o emprego até a última rodada. A Raposa terminou em nono lugar geral.

vai vem técnicos info (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com)

Outro recorde foi o total de número de trocas que a Série A deste ano superou a do ano passado: 20 contra 22. Quem mais fez mudanças foram justamente os clubes que foram rebaixados ou sofreram até o fim para não cair. O recorde ficou com o Atlético-GO, que começou com Adilson Batista, apelou para Hélio dos Anjos, efetivou Jairo Araújo, chamou Artur Neto para tentar o milagre e, por fim, fechou o campeonato novamente com Jairo Araújo, agora apenas como interino. O Figueirense teve Argel Fucks, coincidentemente também Hélio dos Anjos e Márcio Goiano, mas também fechou a temporada comandado por um interino: Fernando Gil. Pelo Sport, passaram Vagner Mancini, Waldemar Lemos e Sérgio Guedes.

Dos rebaixados, só o Palmeiras fez apenas duas trocas: Felipão deu lugar a Gilson Kleina, que seguiu no cargo até o fim. Outro clube que mexeu muito no comando técnico, mas acabou se salvando da Série B na última rodada foi o Bahia. Falcão, Caio Júnior e Jorginho estiveram no comando do Tricolor em 2012.

Na Série B, só quatro clubes não trocaram de técnico

Enderson Moreira, técnico do Goiás (Foto: Wildes Barbosa / O Popular) 
Enderson Moreira conduziu o Goiás ao acesso e ao
título da Série B (Foto: Wildes Barbosa / O Popular)
 
 
Se verificarmos, porém, o que aconteceu na Série B com os mesmos 20 clubes e regulamento de pontos corridos, a paciência não é a mesma. Só quatro equipes mantiveram os treinadores do início ao fim. Curiosamente, dois deles foram exatamente o campeão Goiás, de Enderson Moreira, e o vice Criciúma, de Paulo Comelli. Além disso, Roberto Fernandes, no América-RN, e Sidney Moraes, no Boa Esporte, também fecharam a competição no cargo e as duas equipes permaneceram na Segundona.

Os outros dois clubes que voltaram à Série A viveram momentos conturbados. No Vitória, Carpegiani mantinha o time no G-4 até a 31ª rodada, quando foi surpreendido pela diretoria com a sua demissão. Ricardo Silva, eterno interino do Leão, foi efetivado, mas durou apenas três jogos. Após duas derrotas seguidas, a diretoria trouxe PC Gusmão para a reta final, que, aos trancos e barrancos, garantiu o acesso. Já no Atlético-PR, Juan Ramon Carrasco começou o campeonato e foi substituído por Ricardo Drubscky. Depois de apenas dois jogos, porém, ele foi "rebaixado" a auxiliar com a contratação de Jorginho. No entanto, o novo comandante também não agradou e Drubscky voltou ao cargo para levar o Furacão de volta à elite.

Apesar das confusões da Série B, a tendência pela manutenção do trabalho parece clara pelos números da Série A. As próximas temporadas vão mostrar se cada vez mais técnicos terão sequência no emprego ou se a pressão interna e externa será mais forte pela quebra da continuidade.