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Globo endurece discurso com os clubes por mais espaço

Marcelo Campos Pinto quer que empresas do grupo tenham mais privilégios


Marcelo Damato, da De Prima São Paulo (SP)
 
Marcelo Campos Pinto - Prêmio Craque do Brasileirão (Foto: Mowa Press)


O diretor da Globo Esportes, Marcelo Campos Pinto, endureceu o discurso para que as empresas do seu grupo, que detém os direitos de transmissão dos principais campeonatos de futebol do Brasil, tenham mais privilégios. Na segunda-feira à noite em São Paulo, de forma surpreendente, Campos Pinto ao subir ao palco da Festa do Brasileirão, no lugar de um pronunciamento protocolar, cobrou mais espaço para as “emissoras detentoras de direitos do futebol brasileiro” (basicamente a Globo e a Globosat).

Disse que colegas de outros países não entendem como no Brasil a emissora detentora de direitos precisa disputar espaço com emissoras não detentoras. O que Marcelo não esclareceu é que em outros países, uma emissora jamais detém todos os direitos de uma competição. Na Europa, cada vez mais se copia o modelo americano da não exclusividade de venda de direitos, negociando pacotes de jogos para cada emissora, com o objetivo de não colocar todos os ovos na mesma cesta.

Campos Pinto cobrou melhor organização em outros assuntos.

- Precisamos ter melhores gramados e que a organização da imprensa esportiva seja clara e transparente. A Globo e a Globosat se sentem no dever de promover em suas transmissões as marcas dos clubes e seus patrocinadores. Jogadores que se apresentam para entrevista sem camisa, falta de espaço para entrevista no campo, o que torna difícil exibir marcas de clubes e patrocinadores. Tudo isso nada contribui para mostrar um futebol organizado.

Essa declaração reafirma uma mudança de postura da Globo. Somente no atual contrato com os clubes, iniciado neste ano, a emissora aceitou aumentar o enquadramento nas entrevistas, de forma a exibir as marcas dos patrocinadores dos clubes colocadas nos backdrops.

A emissora também sempre se recusou a citar nomes comerciais de arenas. Um caso emblemático foi o da Kyocera Arena, do Atlético-PR. A recusa de citar o nome da empresa foi a principal causa do fracasso comercial dessa parceria inovadora do clube paranaense.

A Globo, recentemente, sinalizou que vai usar nomes comerciais das novas arenas, mas apenas desde que receba uma parte do contratos de patrocínio.

Na festa do Brasileirão, os privilégios começaram antes mesmo do discurso de Campos Pinto. Jornalistas das empresas do grupo Globo tiveram acesso a todos os locais da festa, inclusive ao setor da plateia reservado a jogadores, cartolas, autoridades e seus convidados. Jornalistas de outros veículos foram colocados em outros setores, distantes dessas pessoas.