'Não vou dizer qual é meu segredo', despista goleiro, que pode ser o diferencial do Botafogo em uma eventual disputa de penalidades com o Treze
A possibilidade de levar a decisão da vaga para a segunda fase da Copa do Brasil para os pênaltis é vista como último caso no Botafogo, mas não é desconsiderada. A última experiência na disputa da marca da cal não traz boas recordações. Foi na eliminação da Taça Guanabara, para o Fluminense, com Lucas e Loco Abreu desperdiçando as cobranças. Mas uma arma que deu um "aperitivo" no último domingo é vista como um diferencial em caso de o Treze-PB surpreender.
O goleiro Jefferson pegou o pênalti cobrado por Juninho Pernambucano, durante o jogo contra o Vasco, no Engenhão. Logo o meia, um especialista. Curiosamente, diante dos tricolores, a defesa também foi em seu canto esquerdo, só que o vilão foi Jean. E em ambas o camisa 1 se adiantou, mas o árbitro não mandou voltar. Quem observa as jogadas pode entender que as cobranças foram malfeitas. Mas há detalhes emocionais e de postura que contam, aponta Jefferson.
- Não vou dizer qual é meu segredo, mas cada um tem suas manias. Dependendo de quem é, eu espero e pulo na hora da escolha. Quando o cara tenta mudar, não consegue. Fui feliz de pegar o pênalti do Juninho, um grande jogador, por ter reagido depois do último movimento dele. Até apontei para o canto, e ele manteve a bola lá - relembra o goleiro, admitindo que sentiu a vontade do cruz-maltino de trocar o canto, o que ocasionou um chute entre o meio e o lado esquerdo.
Jefferson, no entanto, não aspira ser o herói.
Jefferson se aquece no treino desta terça,
(Foto: Marcos Tristão / Ag. O Globo)
(Foto: Marcos Tristão / Ag. O Globo)
- Procuramos pensar em vencer, não podemos dar mole. Pênalti é uma consequência para depois do jogo. Por mim trabalharia menos e nós jogaríamos bem sempre. Vamos estudar o adversário de todas as maneiras para nos sentirmos preparados - afirmou.
Os elogios e a confiança no grupo são grandes. O meia Andrezinho esteve com o companheiro na Seleção sub-20 e garante que, há quase uma década, já era difícil de superar nos pênaltis.
- Ele está entre os melhores goleiros, hoje, principalmente pela concentração e frieza que tem. Isso é essencial num goleiro. Joguei um Mundial sub-20 com ele, e as características sempre foram essas. E virou um especialista em pênaltis. Contra o Vasco, brinquei com Jefferson que algo me dizia que ele ia pegar. Eu fui um que conseguiu fazer um gol nele assim, acho que em 2010. Só que ele falou que não lembra. Só quer saber daqueles que defendeu (risos).
A orientação do técnico Oswaldo de Oliveira é esquecer a derrota na Taça Guanabara, para que não haja influência num cenário de nova disputa:
- Temos que esquecer o Fluminense, isso que passei. A situação é outra.
Os jogadores praticaram algumas cobranças no campo, nesta manhã. O único caso em que os pênaltis vão ser necessários é se a partida, que começa às 22h, terminar 1 a 1 de novo. Com empate sem gols ou triunfo por qualquer diferença, o Botafogo avança para pegar o Guarani.