Para analistas, impunidade favorece violência entre torcidas do futebol

Sociólogo Maurício Murad diz que torcedores não acreditam em combate da polícia; Ricardo Lombardi compara confrontos com briga de colégio

Por SporTV.com Rio de Janeiro

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Depois de mais um episódio de violência entre torcidas organizadas, no último domingo, antes do clássico entre Palmeiras e Corinthians, o problema voltou aos noticiários. Como nas vezes anteriores, medidas estão sendo tomadas pelos órgãos públicos de segurança. Mas será que desta vez haverá solução? Para os convidados do "Redação SporTV" desta terça-feira, enquanto houver impunidade, nada mudará.

O sociólogo Maurício Murad veio ao programa para falar principalmente sobre o assunto que virou um livro seu, a ser lançado neste semestre: "Para entender a violência no futebol", da Editora Saraiva. Em seu estudo, a frase que mais ouviu dos torcedores foi: "Com a polícia não vai dar em nada".

- Isso é uma vergonha e isso reedita um outro problema brasileiro. Em um âmbito geral as polícias militares compõem a instituição de menor credibilidade junto à população. E por dois motivos principais: a corrupção que é admitida pelos próprios policiais e a impunidade. Essa impunidade que é um problema histórico e estrutural do país. Ou mudamos ou vamos estar sempre revendo tristemente estas cenas - disse Murad.

 

Torcida do Palmeiras chega ao Pacaembu
(Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)

 

Antes, o diretor de redação da revista VIP, Ricardo Lombardi, havia levantado a questão. Ele comparou a violência entre as torcidas com briga de colégio.

- "Ah, não vai acontecer nada, pode brigar a vontade". Eles são jovens adultos: "a gente vai brigar, isso é uma diversão para nós, a gente enxerga o outro como inimigo mortal, e se a polícia chegar, o máximo que vai acontecer é a gente ser levado para a delegacia, responder um processo, mas logo mais estaremos de novo nas ruas fazendo a mesma coisa" - disse Lombardi.

Para Mudar, é preciso estudar o problema para entendê-lo e agir rapidamente. Não apenas por causa da proximidade da Copa do Mundo daqui a dois anos:

- Mas é porque a sociedade brasileira não suporta mais.