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Presidente se opõe até à Conmebol em defesa do Engenhão

Maurício Assumpção não cede contra entidade mesmo sob ameaça da retirada do jogo Flamengo x Real Potosí do estádio e rebate novas críticas

Por Thales Soares Rio de Janeiro
 
Defender o Engenhão se tornou uma questão de honra no Botafogo. Nesta temporada, o clube conseguiu vencer as críticas disparadas contra o gramado no ano passado. Com uma revitalização e o investimento de parceiros, conseguiu fazer com que o principal palco do futebol do Rio de Janeiro continuasse em boas condições, mesmo depois de uma longa maratona de jogos, que chegou a ter nove atividades em apenas 13 dias.

Nos últimos dias, o presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, se revoltou com novas críticas ao estádio e sobre a sugestão do presidente do Fluminense, Peter Siemsen, de que o seu time deveria jogar no Engenhão sem pagar aluguel. Para defender seus direitos, ele não teme sequer a Conmebol, por exemplo.

torcida do Botafogo no Engenhão (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)Engenhão superou críticas contra o gramado no ano passado (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)

- Queriam tirar o jogo do Flamengo contra o Real Potosí (Flamengo venceu por 2 a 0) daqui porque não aceitei vedar todas as propagandas dentro e fora do estádio. Disse para eles: "Então, tira". O estádio é meu. Manda a câmera não focalizar a torcida. Vão tirar daqui e botar onde? Queriam fazer isso porque o patrocinador da cerveja não é o mesmo. Manda tirar a placa da Quilmes na Argentina. Não vai fazer. Aqui no Brasil, os clubes não têm força com a Conmebol. Vão tomar prejuízo na primeira fase. O problema é que não se discute o produto - disse Maurício.

Ao perceber a baixa média de público no estádio, o presidente do Botafogo, mais uma vez, comentou a busca do clube por uma forma de atrair o torcedor e fazer com que o Engenhão deixe de ser deficitário durante os jogos. Reuniões com as entidades envolvidas têm sido feitas para procurar soluções.
- Estudamos todas as variáveis, o que tira a comodidade do torcedor. Ele não quer outra vida. Com o pay-per-view, tem cerveja na geladeira, ar-condicionado e o conforto. A bebida alcoólica é um problema para mim, e há outros problemas que não são da minha ingerência, como o transporte público. Com a Federação de Futebol do Rio e o Comitê Organizador da Copa do Mundo as coisas estão saindo do papel. Vamos achar um caminho para começar a mexer nisso - comentou o presidente.

Segundo Maurício, o Botafogo sofreu críticas por não ter instalado ar-condicionado no vestiário do time visitante no Engenhão. No entanto, ele enumera questões sobre as mudanças recentes feitas no estádio para se justificar.

- O Botafogo seria muito pequeno se usasse isso para querer vencer um jogo. O problema é que não podem falar do gramado e procuram outras coisas. Levamos três anos para colocar ar-condicionado no vestiário do Botafogo, porque não era prioridade. Havia outras coisas mais importantes. Quando houver dinheiro, vamos colocar no outro também - explicou Maurício.