Atacante volta a jogar após seis meses de suspensão por doping, exibe o velho sorriso, é bem recebido pela torcida e dá passe para o gol de Cidinho
Aos 34 minutos do primeiro tempo, o técnico Oswaldo de Oliveira olha  para o banco de reservas do Botafogo e, quase como num código, pede a  ida de Jobson para o vestiário. Naquele momento, depois de seis meses de  suspensão por doping, o jogador iniciava o aquecimento com o preparador  físico Ricardo Henriques para voltar do intervalo com a camisa 11 na  tentativa de ajudar o time a vencer o Bangu, neste sábado, em Moça  Bonita.
  O empate em 1 a 1 não foi o resultado esperado por torcedores, comissão  técnica, jogadores e dirigentes, mas a vitória pessoal de Jobson já  estava assegurada. A longa espera pela volta aos campos deu sinais em  seu rendimento. A explosão ainda não foi a mesma e a finalização, no  péssimo gramado de Moça Bonita, ainda não saiu como deveria.
  Com uma faixa de apoio a Jobson na arquibancada e os gritos pelo  jogador, sua entrada para o aquecimento no campo já se transformou em um  evento. Sem esconder o sorriso e a satisfação, mostrou estar ansioso  por sua reestreia com a camisa do Botafogo. Depois de acompanhar os  primeiros 30 minutos sentado, levantou correndo ao receber o chamado  para ir ao vestiário aquecer.
  Na volta do intervalo, a placa subiu com o número 11 no lugar do 13, de  Loco Abreu. Desta vez, nem o uruguaio deve ter ficado chateado, afinal a  entrada de Jobson significava uma vitória da vida. Com o médico Roberto  Hallal, responsável por seu tratamento, nas tribunas de Moça Bonita,  ele deu seu primeiro toque na bola com apenas um minuto de jogo no  segundo tempo. Um passe simples para Felipe Menezes, mas motivo de  comemoração dos torcedores.
  Aos sete minutos, Jobson deu sua primeira arrancada. Ele tabelou com  Felipe Menezes, recebeu na frente, mas acabou desarmado até com  facilidade pelo zagueiro. Ainda tímido no jogo, procurava seu espaço no  campo. Em uma boa jogada pela esquerda, errou um cruzamento, aos 16  minutos, mas ainda assim foi aplaudido.
Jobson se prepara para entrar em campo
(Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)
(Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)
  Aos 20 minutos, o atacante deu seu primeiro chute, mas a bola explodiu  na defesa e foi para longe. Na parada técnica, Jobson torceu sua camisa  para aliviar o peso do suor. Afinal, voltar depois de sete meses sem  jogar uma partida oficial não é tarefa das mais corriqueiras.
  Na volta para o jogo, o momento de maior tensão. Jobson recebe a bola  livre dentro da área e faz o gol, mas a arbitragem marca impedimento,  aos 23 minutos, frustrando a torcida e provocando todos os gritos  possíveis de revolta de quem foi ao estádio ver o retorno do jogador aos  campos.
  Apos 28 minutos, Jobson teve sua melhor participação no jogo. Ele deu  bom passe para Cidinho abrir o marcador e deixar os torcedores do  Botafogo na esperança de que o atacante tem tudo para brilhar em sua  volta.
  Enquanto Jobson ajudava o time a vencer o jogo, o médico Luiz Fernando  Medeiros foi em direção à mesa do delegado do confronto entre Botafogo e  Bangu. Ao lado de representantes da Federação do Rio e do Bangu,  participou do sorteio para o exame antidoping. O atacante não foi  sorteado, sobrando para Márcio Azevedo e o meia Jeferson.
  Logo depois do sorteio, no entanto, o Bangu empatou com um gol de  Almir, ex-Botafogo. Jobson levou a mão ao rosto, limpou o suor e esperou  a nova saída. Aos 33, ele conseguiu criar uma boa chance, mas pegou mal  na bola e ela passou por cima do travessão. Pouco depois, aos 40, deu  passe para Herrera chutar e parar na defesa.
  A última chance do Botafogo de vencer caiu justamente nos pés de  Jobson. Depois de um escanteio, a bola sobrou em seus pés. Ele se livrou  de dois marcadores e chutou, mas novamente a defesa bloqueou. No fim, o  atacante ainda saiu aplaudido. Mais do que um ponto conquistado, ele  celebrou neste sábado uma vitória na vida.