Total de visualizações de página

Elkeson planeja voltar a arriscar mais de fora da área: 'A torcida quer muito'

Posicionamento na direita não facilita chutes de fora da área, mas meia diz que está aperfeiçoando pé esquerdo para surpreender os adversários

Por André Casado Rio de Janeiro
 
No Campeonato Brasileiro de 2011, Elkeson marcou cinco gols de fora da área - dois de falta. Entre maio e o fim de agosto, viveu grande fase e decidiu jogos para o Botafogo, garantindo lembrança até para a Seleção Brasileira. Na temporada atual, após um péssimo fim de ano, alterna altos e baixos. Titular novamente contra o Duque de Caxias, neste sábado, o meia espera resgatar o fundamento que rendeu aplausos dos torcedores. Mas enfrenta obstáculos.

Um deles é o posicionamento. Com o objetivo de melhorar o rendimento, ainda na Taça Guanabara, o camisa 9 inverteu de lado com Maicosuel e tem atuado pela direita, o que dificulta o arremate com o pé bom. Por isso, mais trabalho pela frente.

elkeson botafogo x vasco (Foto: Cezar Loureiro/Globo) 
Elkeson teve atuação discreta contra o Vasco, em seu último jogo, domingo (Foto: Cezar Loureiro/Globo)
- Ainda falta arriscar um pouco mais em gol, algo que não vem acontecendo esse. Vou procurar fazer mais isso já nesse jogo, é uma característica minha, um ponto forte. Não estou tendo muitas chances nos chutes de longa distância. Também estou tendo que me adaptar ao lado direto. Na hora do chute, acabo puxando para a esquerda e tendo dificuldade. Estou buscando aprimorar minha isso para surpreender os goleiros. O legal dessa formação é que o professor dá liberdade para se movimentar - comentou Elkeson, que conta com a ajuda dos companheiros para abrir espaço, mas sabe que não depende só do time.

Fica a imagem na cabeça daqueles gols que me marcaram. Mas na hora certa vão voltar sair "
Elkeson
- São detalhes que acontecem no jogo, tenho que estar preparado para sobressair de todas as formas. Nós conversamos muito, sim, até para saber o momento certo de bater, tem equipe que joga mais recuada, não marca individualmente. Não pode chutar de qualquer maneira. As oportunidades são poucas, mas vão aparecer, seja para o passe ou para o gol, e eu vou aproveitar - assegurou o jogador, que já marcou quatro vezes no Carioca, todas de dentro da área.

Os números de Elkeson são realmente expressivos. Com menos de seis meses de clube, já indicava 107 finalizações, sendo 66 chutes. Destes, 39 foram de longe. Além dos cinco gols, acertou a trave em duas ocasiões. Foram 35 tentativas em cobranças de falta.

'Me abati com as críticas'
A ansiedade pelo acerto tem um alvo especial: torcida do Botafogo. O meia gostaria de sentir o carinho e voltar a estar em lua de mel com os alvinegros.

Renato e Elkeson na coletiva do Botafogo (Foto: André Casado / Globoesporte.com) 
Elkeson deu entrevista ao lado de Renato, nesta
sexta (Foto: André Casado / Globoesporte.com)
- A torcida do Botafogo espera e quer muito isso de mim. Preciso retribuir. Para isso, tenho meus companheiros ajudando. Renato é um cara que passa muita experiência e tranquilidade, instruindo para eu fazer o certo no campo. Fica a imagem na cabeça daqueles gols que me marcaram. Mas na hora certa vão sair - aposta.

Elkeson já admitiu que sua queda teve relação com o extracampo. Perdeu a concentração e baixou a cabeça na má fase do Glorioso e ficou sem confiança após a chuva de críticas que sucederam o rendimento ruim na sequência de derrotas que tiraram o clube da Libertadores deste ano. Até acusações de que estaria abusando na noite carioca mexeram com ele.

- Eu me abati com as críticas, levei para dentro de campo, como já falei. Serve de aprendizado, hoje sou mais centrado e maduro para certas situaçõs. É o momento de aprimorar o que foi feito de errado. Estou mais atento a tudo o que faço, ao que falo, no que penso... - reforçou.

A partida contra o Tricolor da Baixada é às 16h, no Engenhão. Elkeson, que vacilou no empate do Treze-PB, no primeiro jogo da Copa do Brasil, espera apagar de vez a imagem e revela estar 100% fisicamente, após duas semanas parado por fortes dores na panturrilha esquerda, no início do mês, além do veto da partida de volta contra os paraibanos por dores musculares.

- Foi difícil ver esse último jogo de fora. Em casa, o sofrimento foi grande. Mas agora estou pronto, me sentindo bem e espero não precisar sair mais - concluiu.