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Sobrevivente das vaias, Fahel chega a 100 jogos pelo Botafogo domingo

Em excelente momento pessoal, volante, que completa marca contra o Flu, sonha fazer pazes com a torcida e declara amor ao clube

Por Gustavo Rotstein
Rio de Janeiro


A semana começou com uma ótima novidade: pai de João Victor, que completa 1 ano nesta sexta-feira, Fahel soube que sua mulher, Ingrid, está grávida novamente. Como se não bastasse o êxtase da nova paternidade, o volante chegará neste domingo, contra o Fluminense, ao seu jogo de número 100 com a camisa do Botafogo.

Conquistar uma vitória no Engenhão, portanto, teria muitos significados. Além da comemoração pela boa nova, Fahel poderia vibrar com o fim do jejum de vitórias do Botafogo, que dura oito rodadas, e celebrar uma marca que, a julgar pela sua conturbada trajetória em General Severiano, tem sabor especial.

Fahel, em jogo contra o Vasco: volante atribui estabilidade no Botafogo ao seu futebol solidário (Foto: Jorge William / Agência O Globo)

Não foram poucas as vezes que Fahel ouviu vaias e leu cartazes em protesto contra a sua presença no time do Botafogo. Mesmo assim, o volante segue disputando cada bola como se fosse a última e se mantém na equipe principal. Por isso, a marca de 100 partidas é vista por ele como um símbolo de persistência.

- Nunca me importei com as críticas. Procuro fazer sempre o melhor para o Botafogo. Realmente vivi momentos difíceis nesses dois anos e, por isso, me considero um vitorioso. Fico muito feliz por atingir essa marca num clube que aprendi a gostar muito, apesar de tudo, e que ficará marcado para sempre na minha vida. Foi onde eu estava quando meu filho nasceu - disse.

Ney Franco, Estevam Soares e Joel Santana foram os treinadores com os quais Fahel trabalhou desde sua chegada ao Botafogo, em janeiro de 2009. Não foram poucas as vezes que os três ouviram pedidos para que o volante fosse barrado, mas todos confiaram no jogador. Segundo ele, por sua característica altruísta de jogar futebol.



- Eles viram que não me preocupo com o individual, mas com a equipe. Além disso, faço certas funções muito úteis, como a marcação individual a um adversário. Não apareço muito, mas o importante é fazer o que o treinador quer e o que a equipe precisa. Eles gostam disso - observou Fahel.

Neste domingo, o volante enfrentará o adversário que mais o marcou positivamente em sua passagem pelo Botafogo. Fahel fez dois gols sobre o Fluminense em partidas decisivas – semifinal da Taça Guanabara de 2009 e semifinal da Taça Rio de 2010 (assista ao vídeo) – e, portanto, sonha repetir a dose num dia especial.

No entanto, Fahel admite que a festa será completa mesmo se conseguir finalmente entrar em sintonia com os torcedores. O volante sabe que é difícil controlar o sentimento que vem da arquibancada, mas ao mesmo tempo confessa a vontade de, após o reconhecimento de diretoria, treinador e jogadores, experimentar o calor dos botafoguenses.

- Gostaria muito do reconhecimento dos torcedores, não vou mentir. Mas sei que não posso contar com isso. Faço o melhor para agradá-los, pois são o coração do clube, mas não posso cobrar nada de ninguém. Sei, entretanto, que todos veem o meu empenho, e isso é o mais importante - afirmou.