Gringos são efetivos em campo, ídolos da torcida, mas Flu não aproveita sucesso do argentino, ao contrário do que o Bota faz com o uruguaio
Por GLOBOESPORTE.COM
Rio de Janeiro
Bandeiras de Conca e Loco Abreu: idolatria das
torcidas (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)
Quando Fluminense e Botafogo entrarem em campo para o clássico de domingo, dois dos representantes da legião estrangeira que vem fazendo sucesso no Brasileirão 2010 estarão de lados opostos para defender seus fãs. De um lado, a técnica apurada de Conca. Do outro, o faro de gol de Loco Abreu. Em jogo, muito mais do que a rivalidade, estarão as chances de título e Libertadores para os rivais cariocas.
Não é por acaso que eles são os mais assediados pelas duas torcidas e despertam a esperença de vitória no clássico. Enquanto o camisa 11 tricolor é o líder de assistências do campeonato (17), o centroavante alvinegro vem de uma boa sequência de sete gols nos últimos dez jogos.
A presença de Loco Abreu na Copa do Mundo também ajudou a aumentar a idolatria pelo jogador. Torcedores alvinegros se reuniam para torcer pela seleção uruguaia só por causa do atacante cabeludo.
O Loco é um produto internacional e consegue cativar até torcedores de outros times. É um personagem que beira a perfeição" - Diretor de marketing do Botafogo.
Tentando pegar carona no sucesso de Loco Abreu, a diretoria de marketing do Botafogo não ficou parada. Cards para ensinar cavadinha, sessões de autógrafos, camisa com as cores do Uruguai, bonecos... São muitas as ações para aproveitar a boa imagem do jogador.
Tentando pegar carona no sucesso de Loco Abreu, a diretoria de marketing do Botafogo não ficou parada. Cards para ensinar cavadinha, sessões de autógrafos, camisa com as cores do Uruguai, bonecos... São muitas as ações para aproveitar a boa imagem do jogador.
- O Loco, além da participação na Copa, foi garoto-propaganda do Disney Channel. Ele é um produto internacional e consegue cativar até torcedores de outros times. É um personagem que beira a perfeição. Ao mesmo tempo que passa uma imagem rebelde, tem por outro lado um comportamento familiar. Não falta a treino, é dedicado e exerce uma liderança importante para o grupo. Encanta as mulheres por ser bonito, encanta os homens pelo seu futebol e encanta os jovens por essa rebeldia, marcada pela cavadinha - explicou Marcelo Guimarães, diretor de marketing do Botafogo.
Bota prepara camisa da cavadinha. Flu ainda estuda projetos
O dirigente revelou que uma nova camisa de Loco Abreu sairá em novembro. Terá como tema a tão famosa cavadinha do uruguaio. Mais um mimo para os alvinegros, mais dinheiro em caixa. No entanto, o aspecto financeiro nem sempre é o principal objetivo dessas ações. Há muito mais coisa em jogo. Conhecido por ter uma torcida com média de idade mais alta, o Botafogo quer angariar novos adeptos.
- O que está mais claro para nós é a conquista de novos torcedores. A criança começa a escolher o time na segunda infância, entre sete e 11 anos, quando passa a ter mais independência. Fizemos uma pesquisa sobre esse tema. E o Loco é um produto exato para isso. É um caso que transcende a questão financeira.
Conca e Loco Abreu comemoram gols no Brasileirão (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)
No Flu, o aproveitamento dos jogadores nas ações de marketing ainda está engatinhando. Houve camisas comemorativas para a chegada de Fred e para o retorno de Thiago Neves. Para a campanha de sócio-torcedor do clube na televisão, entretanto, o escolhido foi o piloto Cacá Bueno, da Stock Car.
O departamento de marketing tricolor alega dificuldades para explorar a imagem de Conca devido à sua timidez. Diz ter planos para aproveitá-lo, quase três anos após sua contratação, mas usa a cautela ao tratar do assunto.
Temos uns projetinhos que estamos conversando com ele (Conca). É até o pessoal do
futebol que está levando isso"Vice de marketing do Fluminense.
- O Conca é muito tímido. Em campo isso não existe, graças a Deus. É um craque que nós possuímos, um dos melhores. Temos uns projetinhos que estamos conversando com ele. É até o pessoal do futebol que está levando isso. Trata-se de um jogador que não é de dar muitas entrevistas, mas vamos ver o que dá para fazer. Bonequinho, camisa... Mas primeiro é preciso conversar com ele - declarou Daniel Bastos, vice de marketing do Fluminense.
Na butique do clube, há dificuldade também para comprar a camisa do jogador. Como a fornecedora de material esportivo do clube só produz uniformes com números 9 e 10, o torcedor que quiser a 11 precisa encomendar para receber o produto dois dias úteis depois.