Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Para as cobranças de faltas, Botafogo e Vitória contavam com uma arma poderosa cada um: Lucio Flavio e Ramon, respectivamente. O confronto entre os atuais campeões carioca e baiano no Engenhão, neste sábado, foi decidido em uma jogada do tipo. Mas coube a Marcelo Cordeiro mostrar precisão na bola parada e garantir a vitória alvinegra por 1 a 0, em partida pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O gol do lateral-esquerdo, aos 44 minutos do primeiro tempo, quebrou a sequência de nove jogos do Botafogo sem triunfo no Nacional e fez a equipe carioca pular do oitavo para o quinto lugar, com 48 pontos. Dentro da zona de classificação para a Libertadores - o quarto colocado, o Santos, já está assegurado na competição por ter conquistado a Copa do Brasil.
O time baiano caiu da 15ª para a 16ª posição e corre o risco de terminar a rodada no Z-4. O que ocorrerá se o Atlético-MG derrotar o Cruzeiro neste domingo.
Confira a classificação atualizada do Campeonato Brasileiro
Botafogo e Vitória voltam a campo no próximo sábado. O Alvinegro vai a Sete Lagoas enfrentar o Alético-MG, às 18h30m (de Brasília). O Rubro-Negro recebe o Vasco no Barradão, às 16h.
Duelo de cobradores de falta
Para um duelo fundamental para as pretensões do time na competição, Joel Santana manteve o Botafogo no 3-5-2, com Alessandro, que havia se machucado no treino de sexta-feira, na ala direita. Com o time atuando fora de casa, Antônio Lopes decidiu escalar o Vitória com três volantes: Vanderson, Bida e Jonas. Um dos destaques do time no Brasileirão, Elkeson foi para o banco de reservas.
A responsabilidade de armar o Rubro-Negro baiano coube ao veterano Ramon. Se começou mal o jogo, errando um passe fácil logo após o pontapé inicial, o meia de 38 anos mostrou que mantém a categoria e que é muito perigoso nas cobranças de falta. O Vitória só não abriu o placar aos oito minutos porque o rebote de Jefferson, após uma infração cobrada pelo camisa 10, sobrou na pequena área para o zagueiro Anderson Martins. Que mostrou por que é defensor, chutando a bola para fora com a meta vazia à frente (no vídeo ao lado).
Com dificuldades para superar a marcação do adversário e articular jogadas em um gramado prejudicado pela chuva que passou a cair sobre o Engenhão pouco antes do jogo, o Botafogo também recorreu a cobranças de falta. E se o Vitória contava com Ramon, o Alvinegro tinha Lucio Flavio. Se não conseguia armar o time com a eficiência do rival, o 10 alvinegro também ameaçava nas bolas paradas. Em uma delas, Danny Morais cabeceou. Viáfara agarrou. O goleiro colombiano também foi exigido numa infração cobrada de longe por Marcelo Mattos.
Diante do mau desempenho da equipe, a paciência de torcedores alvinegros durou 32 minutos. Após um centro errado sobre a área, vaias se ouviram no Engenhão. Isso enquanto Alessandro tentava trocar as chuteiras à beira do campo. Foram quase três minutos para encontrar um par adequado. E o time com um a menos.
Mas antes do intervalo, a preocupação da torcida virou festa. Exatamente em uma cobrança de falta. Mas não com Lucio Flavio. Aos 44, o lateral Marcelo Cordeiro assumiu a responsabilidade e colocou a bola com precisão no ângulo direito. Viáfara ainda raspou na pelota, mas não evitou que a rede balançasse.
No segundo tempo, logo aos cinco minutos, Marcelo Cordeiro sofreu uma lesão muscular e teve que deixar o jogo. Joel Santana escalou Edno na ala esquerda. Que teve atuação sofrível.
Apesar de seguir com o trio de volantes, o Vitória, inferiorizado no placar, procurou tomar a iniciativa. O time baiano rondava a área alvinegra, mas suas tentativas eram neutralizadas pelos adversários. Já a equipe de casa recuou perigosamente, apostando nos contra-ataques.
Com Ramon já sem tanto fôlego, pela idade e pelo campo pesado, Lopes decidiu mudar o esquema rubro-negro, trocando o veterano pelo jovem atacante Henrique, com exatamente a metade da idade do meia: 19 anos. Mesmo sem Ramon, as melhores chances do Leão ocorreram em duas faltas. Cobradas por Bida, muito perto da meta.
Do lado do Botafogo, Lucio Flavio era vaiado toda vez que pegava na bola. Torcedores pediam a entrada de Renato Cajá. O que ocorreu aos 29 minutos. No ataque, Jobson e Loco Abreu não se entendiam. Dois minutos antes da alteração, o camisa 9 invadiu pela direita e arriscou o chute - para fora. Livre, o uruguaio pedia o passe. Em vão.
Com os erros do Botafogo, o Vitória ameaçava cada de vez mais. Antônio Lopes queimou o último cartucho, escalando Elkeson no lugar de Júnior. O time baiano investia especialmente pela direita, com o lateral Nino. Enquanto Joel deixava claro que o objetivo era segurar o resultado, tirando Jobson e colocando Fahel em campo.
O Vitória pressionou nos minutos finais, mas o Botafogo conseguiu se defender. E comemorar um triunfo esperado há quase um mês e meio.
BOTAFOGO 1 X 0 VITÓRIA Jefferson, Danny Morais, Leandro Guerreiro e Márcio Rosário; Alessandro, Marcelo Mattos, Somália, Lucio Flavio (Renato Cajá) e Marcelo Cordeiro (Edno); Jobson (Fahel) e Loco Abreu
Viáfara; Nino Paraíba, Wallace, Anderson Martins e Rafael Cruz; Bida, Neto Coruja (Vanderson), Jonas e Ramon (Henrique); Adaílton e Júnior (Elkeson).
Técnico: Joel Santana Técnico: Antônio Lopes
Gol: Marcelo Cordeiro, aos 44 minutos do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Somália (BOT), Bida, Adaílton, Neto Coruja, Júnior, Nino (VIT)
Local: Engenhão (Rio de Janeiro).
Árbitro: Mário Chagas da Silva (RS).
Assistentes: Marcelo Bertanha Barison (RS) e José Javel Silveira (RS).
Renda: R$ 224.360,00.
Público: 10.041 (pagantes) / 13.000 (presentes)