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Márcio Rosário: zagueiro de vitalidade movida a feijão

Com orgulho do seu futebol-força, jogador lembra dos tempos em que conviveu com luxo e falta da iguaria nos Emirados Árabes

Por Gustavo Rotstein
Rio de Janeiro

Márcio Rosário: futebol viril no estilo Lúcio
(Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)

Quando entrou em campo no segundo tempo do clássico contra o Flamengo para fazer sua estreia pelo Botafogo, Márcio Rosário mostrou se bem diferente de Fábio Ferreira. No lugar da técnica e da precisão nos desarmes, Joel Santana passou a contar com um zagueiro de 1,87m e 88 quilos de pura vitalidade movida a feijão. Com a lesão do titular, o zagueiro passou a ganhar mais oportunidades e deverá começar atuando no clássico contra o Fluminense, neste domingo.

Em dois anos e meio defendendo o Al-Jazira, dos Emirados Árabes, Márcio Rosário sofreu com o forte calor, as diferenças culturais e, principalmente, quando faltava feijão. Apesar de abastecido periodicamente, ele recorda que muitas vezes se via sem a iguaria típica do Brasil.

- Minha noiva e minha mãe me visitavam de três em três meses e levavam feijão. Mas ele acabava e eu sentia falta. Além disso, o arroz e a carne de lá não são como aqui. Era complicado - lembrou, sorrindo.

Aliás, a fala mansa e o sorriso fácil de Márcio Rosário pouco combinam com seu estilo de jogo. O capixaba não tem vergonha de admitir que a vitalidade e o vigor físico são suas armas, mas ele garante que ainda não conseguiu apresentar o máximo de sua característica.

- Sou um jogador de força mesmo, mas ainda não mostrei tudo. Tenho muito a melhorar. Sou como o Lúcio - brincou, referindo-se ao zagueiro do Inter de Milão e da Seleção Brasileira.

Joias e até um carro como prêmio nos Emirados

Márcio Rosário encara o Botafogo como a grande oportunidade de sua carreira. Em clubes como Juventude e América-RN o zagueiro pouco apareceu. Mas se em General Severiano ainda busca seu espaço, nos Emirados Árabes conviveu com prestígio e luxo, que trocou por uma oportunidade de projeção nacional.

- Quando vencíamos um clássico, o dono do time nos dava relógios e correntes de ouro. Uma vez ganhei até um carro. Os jogadores estrangeiros tinham aulas particulares de inglês e francês, e cheguei a ser convidado para tirar o passaporte dos Emirados Árabes e, assim, defender a seleção deles. Mas acabou não dando certo - disse.

A intimidade de Márcio Rosário com os sheiks é a mesma que tem com os movimentos de Emerson, a quem deve marcar no clássico contra o Fluminense. Pelo Al-Jazira, ele enfrentou algumas vezes o Al-Ain do Sheik tricolor e, por isso, sabe que terá dificuldades no jogo deste domingo, embora garanta que não vai faltar vitalidade para levar a melhor.

- Conheço o Emerson e sei que é um grande atacante. Mas confio na minha capacidade e acredito na qualidade do time do Botafogo - afirmou o zagueiro.