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Zagueiro-artilheiro, Antônio Carlos ganha nova missão: agradar à família

Pais do defensor do Botafogo pedem mais gols para ter homenagens. Jogador fica decepcionado por não ter sido lembrado no Craque do Brasileirão

Por Mariana Kneipp Rio de Janeiro




A grande área do Botafogo é a casa de Antônio Carlos. É ali que o zagueiro está acostumado a jogar. Corre, marca, chuta a bola para longe do goleiro Jefferson e faz o possível para afastar o perigo do Alvinegro. Na temporada 2010, no entanto, é a sua atuação no campo de defesa do adversário que está chamando mais a atenção. Nas duas últimas partidas, o jogador defensivo que mais marcou gols no Brasileirão até o momento – ao todo, foram sete – mandou duas bolas para dentro das redes e ganhou uma nova missão. Além de agradar à torcida do Glorioso, também precisa atender aos muitos pedidos da família, que quer homenagens nas comemorações.

- Por todos os times que passei, fiz muitos gols. Em 2008, marquei 12. Agora, já estou com 44 em toda a carreira. É engraçado porque meus parentes estão começando a pedir para eu fazer e dedicar a eles (risos). Minha mãe pede, meu pai também. Acho que isso ficou mais forte porque eu voltei para o Rio. Mas sempre tive o costume de marcar.

antonio carlos comemora gol do botafogo sobre o prudente 
Zagueiro comemora seu gol de cabeça contra o
Prudente (Foto: Wagner Meier / Agência Estado)
Contra o Internacional, um chute certeiro de Antônio Carlos fez o gol de honra na derrota por 2 a 1 para os reservas colorados, que tirou o time da briga pelo título do Brasileirão. Já neste domingo, foi a marca registrada do zagueiro que provocou os gritos da torcida. Depois do escanteio cobrado por Lucio Flavio, o alvinegro mandou de cabeça para a rede e marcou o primeiro gol da vitória por 3 a 1 sobre o Grêmio Prudente.

- Eu estava devendo um gol assim, né? (risos). Não marcava cabeceando desde o jogo contra o Grêmio (4 de setembro). Fico feliz que os gols estão saindo em momentos importantes. Eu costumo ficar na primeira trave, aí ontem fui mais para o meio. E deu certo. Tento fazer a minha parte. É a hora de concentrar e usar todas as armas.

O período sem gols do zagueiro, porém, não é tão grande se for levado em conta que ele ficou longe dos gramados por duas semanas em outubro devido a um estiramento na coxa direita. A vontade de voltar aos gramados e defender o Alvinegro foi determinante para o retorno com sucesso, segundo Antônio Carlos.
- Era para eu ficar parado por quatro semanas, mas voltei em duas. Fiz tratamento intensivo. Ficava no clube de manhã, tarde e noite. Não dava para ficar fora. Até porque ver jogo pela televisão é muito difícil para mim (risos) – brinca.

Decepção por ficar fora do Craque do Brasileirão

antonio carlos. botafogo x prudente 
Antônio Carlos marca e afasta o perigo da área
alvinegra (Foto: Agência Photocâmera)
O sentimento de felicidade com a fase atual pode ser percebido facilmente à medida que Antônio Carlos fala. A cada palavra, um sorriso de quem está satisfeito com seu trabalho. Porém, uma coisa atrapalha o momento do carioca. O zagueiro lamentou ter sido esquecido na eleição de Craque do Brasileirão, cujos candidatos foram anunciados na última semana.

- Fiquei triste. Por tudo o que eu já fiz no campeonato, a gente estar brigando pela Libertadores até o fim... Acho que isso tinha que ter influenciado na escolha. Mas acontece. Vou seguir trabalhando da mesma forma para ajudar o Botafogo – afirmou.

Mesmo longe da lista anunciada pelo técnico da Seleção Brasileira, Mano Menezes, e Ney Franco, Antônio Carlos não perde o foco. O zagueiro lembra que o momento é decisivo para o Botafogo. No próximo domingo, o time disputa a vaga na Libertadores com o Grêmio.

- A gente não vai ter outra chance. Agora é guerra. Vai ser a última batalha. Sabemos que será difícil, um caldeirão mesmo. A torcida deles vai em massa. Mas já estamos vacinados contra isso. Temos jogadores experiente, que já passaram por situações parecidas. O clima no time é o melhor possível. Diferente do que vivemos depois do outro domingo. Ali, não estava bom. Deixamos uma oportunidade passar. Agora, acabou. Só vale ganhar.

E tem promessa de quantos gols no domingo?

- Não vou falar em números. O que eu tenho que prometer é que vou tirar as bolas. Afinal, sou zagueiro, né? (risos).