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Alvinegro 'de ouvido', radialista vira lenda e reivindica a autoria de furos

Seu Gabriel Saraiva, de 86 anos, nunca foi ao Rio, mas torce pelo clube por causa de Heleno de Freitas. E lançou livro sobre sua longa história no meio

Por André Casado Salvador

Um pequeno torcedor, de 86 anos de idade, se misturava entre os botafoguenses que esperaram a delegação alvinegra no aeroporto, no fim da tarde da última terça-feira, em Salvador. Seu Gabriel Saraiva, esbanjando saúde, desfilava com sua gravata com os escudos do Bahia e do Glorioso. E conta que virou fã do time da estrela solitária por causa de Heleno de Freitas, na década de 40. Mas, apesar da paixão e do conhecimento, jamais foi ao Rio de Janeiro.

Torcedor Botafogo Salvador (Foto: André Casado / Globoesporte.com) 
 
Seu Gabriel posa com as alvinegras Ana Julia e Maria Eduarda (Foto: André Casado / Globoesporte.com)
 
- Nem conheço a cidade, mas sei que o Botafogo é o maior de todos. Ouvia no rádio e passei a trabalhar com ele. Minha vida é radiofônica, dizem que sou um dos melhores da Brasil - avisa.

O radialista foi um dos pioneiros na área - especialmente na rádio-escuta - que ainda estava longe de ser uma profissão na época. E virou lenda entre os colegas atuais. Por isso, teve sua biografia lançada (Gabriel Saraiva - Ouvido de Ouro da Bahia)  em que relata a carreira e reivindica a autoria de furos históricos, como o da morte do comunicador Assis Chateaubriand.

- Ninguém acreditou e tive que assinar um termo de responsabilidade. Era difícil - recorda-se.
Vitória e Botafogo se enfrentam às 21h50m desta quarta-feira, no Barradão, pelo primeiro jogo das oitavas da final da Copa do Brasil. Seu Gabriel garante que estará lá:

- Aqui, não perco uma partida. Sou mais botafoguense do que Bahia.

Torcedor Botafogo Salvador (Foto: André Casado / Globoesporte.com) 
 
Nas primeiras páginas do livro, exibe a coleção de gravatas (Foto: André Casado / Globoesporte.com)