Competição é a quarta mais bem remunerada do mundo. Globo vai investir pesado nos clubes
SÃO PAULO - Começou neste sábado mais uma edição do Campeonato Brasileiro, mas não se trata de uma edição qualquer. A deste ano é a primeira de um quadriênio que marca a enxurrada de dinheiro patrocinada pela TV Globo, que transformou o Nacional na competição, de longe, mais rica do País e uma das mais bem remuneradas do mundo todo.
Com mais de R$ 1 bilhão investido para ter o direito das transmissões dos jogos de todos os participantes, a Globo reforçou sua condição de “parceira” dos clubes, ligeiramente abalada com parte deles durante o racha no Clube dos 13, que culminou justamente na negociação individual dos direitos de TV com cada time em vez do acerto em bloco com a então entidade que os representava.
“Este será o quarto campeonato mais bem remunerado do mundo”, disse Marcelo Campos Pinto, executivo da Globo Esportes (braço comercial da emissora), que negociou pessoalmente com os principais clubes no ano passado a renovação de contrato pelos próximos quatro anos.
As equipes que estarão na Série A deste ano no mínimo dobraram sua verba de TV referente ao Brasileiro. O novo mapa da distribuição de dinheiro da TV, no entanto, não acabou com o abismo entre as equipes.
Corinthians e Flamengo, campeões de audiência, morderam fatias maiores do bolo: asseguraram R$ 85 milhões por ano, valor que pode ultrapassar a casa dos R$ 100 milhões, dependendo de como for a venda de pacotes e jogos avulsos de pay-per-view para seus torcedores.
Ponte Preta, Náutico, Figueirense e Atlético-GO formam o grupo dos times com as menores cotas: R$ 18 milhões - diferença de R$ 67 milhões, mais do que a cota paga ao grupo intermediário, formado por seis clubes, que receberão R$ 55 milhões cada (veja tabela ao lado).
Entre os principais clubes do País, a entrada de mais dinheiro em seus cofres significou o aumento dos gastos para montar elencos, mas pode se tornar uma armadilha no longo prazo.