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Do 'Barcelona' ao Engenhão: Lennon larga o John, mas mantém confiança

Acostumado a clássicos goianos no Serra Dourada, lateral garante que não se intimida com a pressão e lembra de início precoce no interior de Goiás

 

Por André Casado Rio de Janeiro

O nome é de gênio, mas música e futebol nem sempre se misturam. Ainda assim, John Lennon, reforço do Botafogo para a lateral, até agora diz que só viu o lado positivo de ser famoso onde vai e aposta em seu talento. No clube carioca, porém, já foi avisado que usará apenas o sobrenome do ex-beatle. Mas não importa. Contente com a chance, prepara sua chegada ao Rio de Janeiro nesta quarta para fazer exames médicos e ratificar o contrato de quatro temporadas com o Alvinegro.

Embora tenha atuado muito mais pelo lado esquerdo no Campeonato Goiano, no qual defendeu o Vila Nova, Lennon é destro. A jogada mais explorada era o corte para dentro, antes do cruzamento, para escapar do pé ruim. Assim, arrumou pênaltis e assistências. E seu passado está mesmo recheado de idas e vindas. Precoce, estreou como profissional aos 16 anos, pelo Inhúmas, na Terceira Divisão do estado. Teve passagem pelo Madureira, onde revezou entre o time principal e os juniores, voltou ao Vila e foi emprestado ao Inhúmas de novo. Mais maduro, aos 19, retornou em definitivo ao Alvirrubro e se destacou nos últimos meses.

john lennon, lateral do vila nova (Foto: Reprodução/TV Anhanguera) 
 
Lennon, ex-lateral do Vila Nova, deve desembarcar no Rio nesta quarta (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)


O início de tudo, porém, guarda outra história curiosa: foi na escolinha do Barcelona local, genérico inspirado no gigante espanhol, que deu os primeiros chutes promissores. A comparação com Daniel Alves, dono da camisa 2 azul-grená, nem passa pela cabeça, mas a dedicação, garante o jogador, vai sobrar quando pisar no Engenhão, onde o "parceiro" Paul McCartney já fez show.

Músico inglês, John Lennon, nascido em 1940, começou seu estrelato como guitarrista dos Beatles no fim do anos 50. Era também compositor e vocalista. Em 1980, já em carreira solo, foi assassinado ns Estados Unidos por Mark Chapman. Apesar do tempo, ainda é um dos mais influentes artistas de todos os tempos.
 
- Foi importante para a minha formação e ali decidi que seria jogador. Posso dizer que os torcedores vão ver muita garra da minha parte. Gosto de me doar em campo, de ir para cima mesmo. Estou preparado para entrar no lado que o Oswaldo quiser me escalar. Ter sido improvisado me fez melhorar como atleta. Sei que começo em busca de uma chance, mas meu objetivo é conseguir afirmação no Botafogo - avisa Lennon, que será inscrito na Copa do Brasil - competição pela qual o clube pega o Vitória, nesta quarta -, a exemplo do meia Vitor Júnior.

- Tive uma torção no tornozelo, mas estou quase bom. Mais uns dias e já posso ser relacionado.

Beatles fica de lado
O batismo estilo rockeiro foi ideia do tio, José Fernandes. O pai, Manoel, aceitou. Mas a família não curte tanto a banda inglesa. E o John Lennon do Botafogo gosta mesmo é de música gospel.

- Só meu tio ouvia bastante. É chamativo, pode ser tanto bom quanto ruim, depende de mim. Até agora, me trouxe alegrias. Tenho que trabalhar para que não pensem só no nome - ressaltou.

É chamativo (nome), pode ser tanto bom quanto ruim, depende de mim. Até agora, me trouxe alegrias. Tenho que trabalhar para que não pensem só no nome"
John Lennon
 
A mesma personalidade o lateral demonstra ao falar sobre as estrelas com quem dividirá espaço e também a respeito de encarar a intensa rivalidade do futebol carioca.

- Gosto muito do Elkeson, do Maicosuel, do Loco Abreu, do Andrezinho... São todos craques e fico honrado de estar ao lado deles. Eles vão me conhecer, isso é uma motivação e uma certeza de que estou no caminho certo. Motiva mais ainda ver o estádio cheio, estou acostumado com Goiás x Vila Nova, então não será novidade para mim, não me intimida. Ainda mais sendo clube grande, quero mais é jogar - decretou.