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De saída, Menezes agradece ao Bota e quer jogar a Série A

Apoiador não terá seu contrato com o Botafogo, que termina em junho, prorrogado. Meia fala sobre críticas da torcida e futuro

 

Especial Felipe Menezes - Botafogo (Foto: Paulo Sérgio)  
Felipe Menezes acredita no título brasileiro para o Botafogo
 (Foto: Paulo Sérgio)
 
Alexandre Braz
Rio de Janeioro (RJ)
 
De saída do Botafogo, depois de um empréstimo de um ano que termina no próximo dia 30 de junho, o apoiador Felipe Menezes recebeu a reportagem do LANCENET! em seu apartamento, no Largo do Machado, Zona Sul do Rio. O jogador fez um balanço da passagem pelo Alvinegro, sua carreira e sobre seu futuro.

De bermuda e chinelos de borracha, Felipe ainda tenta se acostumar à rotina de treinar separadamente do elenco principal em General Severiano. Desde terça-feira ele não faz mais parte do grupo. A renovação de seu contratado vinha sendo tratada desde fevereiro a pedido do técnico Oswaldo de Oliveira, mas não foi levada adiante.

- Estávamos conversando desde o início do ano, no entanto, o futebol é assim mesmo. Muda muito rapidamente. A explicação que tenho é que as duas derrotas que sofremos, na Copa do Brasil e no Estadual, pediam mudanças. Alguma coisa tinha de ser feita. E como o Benfica queria uma compensação financeira para eu permanecer, mudou todo o panorama - avaliou Menezes, sem demonstrar qualquer ressentimento ou mágoa com a direção do Botafogo.

- O Botafogo e o Anderson Barros (gerente de futebol) fizeram tudo às claras. Não teve nada por debaixo dos panos. Conversaram tudo comigo e estou satisfeito pela maneira como tudo foi resolvido - afirmou o meia.
Felipe sobre as críticas da torcida: 'Não tem como ser veloz' (FOTO: Paulo Sérgio)

Felipe Menezes chegou ao Botafogo em junho de 2011 indicado por Caio Júnior, seu técnico no Goiás em 2008. No clube carioca, fez 38 jogos e marcou cinco gols. Números que considera pouco para se firmar no Alvinegro.

- Acredito que se tivesse uma sequência de quatro ou cinco jogos teria conseguido me manter. Quando você não joga sempre, fica em desvantagem fisicamente em relação aos que estão sempre atuando. Ano passado já cheguei no meio da temporada e não consegui atingir o mesmo nível dos outros - afirmou.

Início na Copinha e comparação com Kaká

Natural de Brasília, mas criado em Goiânia, Felipe foi levado para o Goiás aos 11 anos, quando jogava em um time do bairro. Lá, fez toda a sua formação de base até ser alçado aos profissionais. O meia se destacou na Copa São Paulo de Juniores de 2007 e credita a esta boa campanha a sua ida aos profissionais.

- Este campeonato foi essencial para mim. Enquanto estávamos na competição disputei a artilharia e este foi um salto para os profissionais - contou o meia, que nesta competição recebeu o apelido de "novo Kaká", coisa que ele rejeita:

- Isso partiu da imprensa. Mas durou pouco tempo e nós tratamos de esquecer.

Ida para o Benfica

Na sequência, Felipe foi emprestado ao Paulista de Jundiaí em 2008, retornando logo em seguida para o Esmeraldino. Com boas atuações, em 2009, foi negociado com o Benfica, onde teve poucas chances.

- Quando cheguei, o Aimar e Carlos Martins estavam em uma fase muito boa e eu não tive espaço. Mas foi uma experiência fantástica na minha vida. O Jorge Jesus (treinador do time português) prioriza muito o trabalho tático e eu evoluí demais - afirmou.

  
Felipe Menezes espera atuar na Série A do Brasileiro (FOTO: Paulo Sérgio)    


Com contrato com o clube de Lisboa até 2015, Felipe faz elogios à estrutura que é disponibilizada aos jogadores no clube europeu, mas não pensa em voltar:

- Nós, brasileiros, temos os melhores profissionais, médicos, fisioterapeutas, etc, mas eles têm uma estrutura em aparelhagem e tecnologia, campos de treinamento que é de dar inveja. Dentro de 15 dias acredito que estarei com um novo destino. Quero ir para um clube onde possa mostrar meu futebol e fazer um bom campeonato.

 BATE-BOLA COM FELIPE MENEZES


As críticas que você recebeu da torcida sobre ser lento em campo te aborrecem?
Depois que te estigmatizam é difícil tirar este rótulo. Mas a questão da lentidão vem pelo meu biotipo. Não tenho como ficar veloz. O jogador que é pouco habilidoso pode melhorar treinando. O jogador que chuta mal pode melhorar aprimorando os chutes, mas eu sou assim. É uma questão que independe da minha vontade. Eu tento fazer a bola correr mais rápido.

Sem querer entrar na questão psicólogica sobre o Botafogo se atrapalhar nos momentos decisivos, a quê você credita essas sequentes derrotas nas decisões?
As derrotas são muito sofridas, eles têm que sacudir a poeira e seguir em frente porque essas coisas são parte do futebol e não se pode ficar muito tempo pensando no que aconteceu.

Acredita que o time do Botafogo possar lutar pelo título do Campeonato Brasileiro?
Em um campeonato de pontos corridos, o nosso time é difícil de ser batido. O Oswaldo é um excelente treinador e tem que ter continuidade para o trabalho dele, que é muito bem feito. O Botafogo tem plenas chances de vencer o Brasileirão.

No Botafogo você jogou ao lado do seu irmão (o zagueiro Matheus Menezes, reserva da equipe e também revelado pelo Goiás). Como será esta separação agora?
(Se emociona) Foi muito bom estar com ele aqui. Nunca pensei que poderíamos atuar profissionalmente juntos. Ele é meu vizinho, sempre pegava carona com ele para os treinos. Mas agora é vida que segue. Espero que ele continue aqui e consiga o espaço dele aos poucos na equipe e seja feliz.


Já tem alguma proposta de algum clube?
Tenho algumas conversas iniciadas, mas não posso falar ainda. Dentro de 15 dias acredito que terei um clube. Quero ficar no Brasil e disputar a Primeira Divisão. Quero fazer um bom campeonato. É o que quero.