Comandante da linha de frente mais positiva do Carioca até aqui, Loco Abreu exalta número de chances criadas e volta a cutucar gramados ruins
Nas primeiras semanas de Campeonato Carioca, o Botafogo teve dificuldades para criar chances claras de gol e fez o técnico Oswaldo de Oliveira praticar exaustivamente as finalizações, em especial partindo das bolas aéreas. Aos poucos, o panorama foi melhorando e, hoje, na reta final da primeira fase da Taça Guanabara, o clube lidera a estatística de ataque mais positivo, com 14 em seis partidas - mesmo que tenha ficado dois destes confrontos sem balançar a rede. A virada, segundo o atacante Loco Abreu, se deve à sintonia da equipe e às condições dos campos.
- Sabíamos que não era um problema interno, lamentavelmente alguns campos não deixam nenhum dos times jogar como querem. Quando as condições foram boas, melhorou e criamos mais. Em todos os jogos no Engenhão foi assim. Procuramos melhorar e correr atrás da perfeição. É difícil, mas, quanto mais se trabalhar, podemos chegar perto, não pode conformar. Tem de haver autocrítica dos jogadores e cobrança sempre - ensinou o uruguaio.
Jogadores alvinegros comemoram um dos quatro gols sobre o Bonsucesso (Foto: Satiro Sodré/Agif)
Apesar dos cinco gols na competição - três deles nos últimos dois jogos, sendo dois de pênalti - Loco não tem sido tão efetivo como em outros momentos. Nada que o preocupe, no entanto.
- Ninguém quer errar o gol, mas cada jogo tem uma história. O time está criando, é o que importa. Seria preocupante se eu estivesse correndo para um lado e a bola indo para o outro. Só falta caprichar um pouco mais. A mira está boa, tem de manter assim - crê o jogador, que, isento de vaias, não se considera intocável no Botafogo por ter se tornado um ídolo.
Com 14 gols, o Botafogo supera Boavista, com 13, e Vasco, 12, na lista de melhores ataques da Taça GB até aqui
- Acho que fazer gols, ter carisma e ter chegado já com o título carioca de 2010, isso tudo são situações especiais que marcam o torcedor. Aqueles que ficaram dessa época, que já não são muitos (Jefferson, Antônio Carlos e Fábio Ferreira, dos titulares), vão sempre ter uma lembrança boa guarda na memória. E o o público acaba tendo mais paciência do que com os outros - opinou.
Maicosuel também não vê os números com surpresa. Para o meia, era questão de tempo.
- Esse bom momento ofensivo é fruto do trabalho do Oswaldo e da evolução natural que estamos tendo com o passar dos jogos. Todo mundo está mais entrosado, mais próximo do seu melhor nível técnico. A tendência é que isso seja mostrado em campo. É claro que ainda temos muito para melhorar, que o Campeonato Carioca não é o melhor parâmetro tendo em vista as maiores aspirações do Botafogo para esse ano, mas está claro que o caminho a ser seguido é esse. O mais importante de tudo é termos equilíbrio. É isso que o Oswaldo quer e o que estamos começando a mostrar nos jogos - disse o camisa 7, autor de três gols.