Médico diz que ritmo forte de treino e calor contribuem para fase de lesões, mas defende trabalho a longo prazo e não vê motivo para alarde
No fim de 2011 e início de 2012, o Botafogo se destacou como o clube que menos tinha jogadores fora de ação por lesão. No Campeonato Brasileiro, foram quase 15 rodadas sem um problema deste tipo. Agora, no entanto, o então exemplo de prevenção parece ter ido por água abaixo, ao menos momentaneamente. O departamento médico se desdobra com seis casos para cuidar, além de já ter tido Andrezinho e Loco Abreu em suas mãos em meados de fevereiro.
Chefe do setor, Luiz Fernando Medeiros detalhou cada quadro clínico e confirmou que o de Maicosuel é o mais grave. O meia ficará no estaleiro por mais 20 dias e só estar à disposição efetivamente em uma eventual fase final da Taça Rio. Além dele, Cidinho, Elkeson e Vitinho não serão relacionados para pegar o Americano, quinta, em Campos. Com o tratamento de pancada na panturrilha em andamento, o meia titular ainda corre o risco de não jogar no domingo, diante do Volta Redonda, em São Januário. Renato e Caio devem treinar normalmente nesta quarta.
Os métodos de trabalho na preparação física e na fisiologia serão mantidos e foram defendidos ferrenhamente pelo profissional, que credita a "fase negra" ao acaso e às condições de início de temporada, especialmente no verão carioca.
- Fomos da bonança à tempestade, realmente. Brinquei que praticamente não tive trabalho nos últimos tempos, ainda bem, mas agora isso se avolumou. Não há motivo para alarde. O ritmo de treinos é forte, jogos frequentes, calor, tudo isso faz parte, mas dificulta a certeza de sucesso na prevenção. É difícil controlar. O trabalho está sendo bem feito, há reuniões diárias. Ano passado foi muito produtivo nesse sentido, não vemos necessidade de mudar nada - opinou Medeiros.
O Botafogo foi pioneiro em diversos equipamentos e diretrizes na área, como monitoramento em tempo real de batimentos cardíacos, integração até da psicóloga nas atividades e até prometeu testes-surpresa em jogos para conferir a comparar a condição orgânica (confira a reportagem).
DM pede crédito por Loco
Ausente por estar com a seleção uruguaia, Loco Abreu teve seu corte considerado. Mas a recuperação recorde do estiramento de grau 2 na coxa direita o fez participar até mesmo da semifinal da Taça Guanabara. Foi revelado que o ídolo fez exame em clínica diferente da que o clube costuma recorrer, mas o diagnóstico foi mantido e o médico pediu crédito às partes pelo trabalho positivo no tratamento do camisa 13.
- Abreu tinha poucos sintomas, cada paciente reage de um modo. Funciona assim. Talvez a gente merecesse um crédito e o jogador também, por ter se dedicado. Foi até o fim do jogo, bateu pênalti... - comentou Luiz Fernando Medeiros.