Em declaração a jornal, Peter Siemsen reclamou de ter que pagar taxas para mandar jogos no estádio. Maurício Assumpção enfatiza benefícios
Torcida do Flu no Engenhão: discussão entre os
clubes (Foto: Thiago Lavinas / Globoesporte.com)
clubes (Foto: Thiago Lavinas / Globoesporte.com)
A utilização do Engenhão está causando um desentendimento entre os presidentes de Botafogo e Fluminense. Peter Siemsen disse em matéria publicada pelo jornal "O Globo", na última terça-feira, que o Tricolor não deveria pagar taxa de aluguel para jogar no estádio, "já que gera receita para o concessionário, levando torcida, que come hambúrguer e paga estacionamento".
O presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, ficou visivelmente irritado com a declaração. O clube é responsável pela administração do estádio, que vem recebendo - além dos clássicos - jogos de Flamengo e Fluminense como mandantes, devido ao fechamento do Maracanã para obras da Copa do Mundo de 2014. Nesta quarta-feira, Maurício foi ao Engenhão para acompanhar o treinamento do Bota na véspera do confronto com o Americano, em Campos, pela primeira rodada da Taça Rio, e fez questão de retrucar as queixas de Peter.
- Há um contrato assinado com o Botafogo, da mesma forma que acontece com o Flamengo. O Fluminense tem benefícios no Engenhão que nunca teve quando jogava no Maracanã. Lá, não ganhava participação no telão, estacionamento e nem praça de alimentação. Quando é mandante, o Fluminense tem tudo isso, então ganha dinheiro com o Engenhão, sim - disse Maurício.
Segundo o presidente do Botafogo, o valor do aluguel do Engenhão para jogos depende do público pagante. Ele lembrou que o Fluminense deveria então entrar na licitação do Maracanã para conhecer o custo de manutenção de um estádio.
- As taxas maiores não são de alguel. É só pegar o borderô para ver onde deixamos o dinheiro. Não tem mistério. Se o Fluminense não quer pagar aluguel, tudo bem. Desde que divida as contas do mês comigo. Quem paga conta de luz, gás e telefone e manutenção predial é o Botafogo. E não é barato. O Peter está reivindicando algumas questões que novo modelo do Maracanã não vai ter - explicou.
A relação entre os dois clubes sempre foi cordial, segundo Maurício. O presidente do Botafogo revelou que o contrato de cessão do Engenhão foi assinado com o Fluminense antes do Flamengo e, por isso, colocou uma cláusula que mudaria o acordo, caso o Flamengo conseguisse alguma vantagem.
- Se houvesse alguma cláusula mais vantajosa para o Flamengo, o Fluminense teria direito a mudar. Não há contrato no mundo feito assim. Na época, acharam muito bom - disse Maurício, lembrando um outro caso no qual ajudou o Fluminense.
- Em um jogo, disseram que o Botafogo emprestou dinheiro para eles pagarem a taxa de arbitragem. Na verdade, adiantamos uma parte da participação e que eles teriam direito no estacionamento e na praça de alimentação. Era um coisa emergencial - esclareceu.