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Crias do rival, Anderson e Antônio Carlos trilham caminhos parecidos

Zagueiros de Flu e Botafogo começaram carreiras em lados invertidos e se reencontram no Rio em clássico que vale vaga na decisão da Taça GB

 
Por André Casado e Edgard Maciel de Sá Rio de Janeiro
 
Dois zagueiros, cariocas, contemporâneos, com trajetórias parecidas no mundo do futebol e que poderiam muito bem ser grandes amigos. Na semifinal  da Taça Guanabara desta quinta-feira, entre Fluminense e Botafogo, às 21h (de Brasília), no Engenhão, as histórias da dupla se cruzarão mais uma vez. Com 28 anos, Antônio Carlos iniciou sua carreira no Xerém e hoje defende a equipe de General Severiano. Um ano mais velho, Anderson começou na base alvinegra e agora veste a camisa tricolor. Os dois tiveram destaque no Atlético-GO e ganharam espaço a partir de então. Duas caminhadas em busca do sucesso e, no momento, apenas um objetivo: alcançar a final do primeiro turno do Campeonato Carioca.

Anderson  Fluminense  Antônio Carlos Botafogo (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com) 
 
Anderson e Antônio Carlos: zagueiros com trajetórias parecidas (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com)


Apesar da idade parecida, Anderson e Antônio Carlos não lembram de terem se enfrentado nas categorias de base. Mas recordam com carinho dos tempos de dificuldade.

- Subi em 2003 e, em 2004, no meu primeiro jogo como profissional, com o Renato Gaúcho, quebrei o tornozelo. Mas voltei bem com o Joel Santana, atuei em todo o Brasileiro e já cheguei bem para aquele Carioca de 2005. O gol do título marcou, ajudou na minha trajetória, mas ainda assim sempre surgem muitos jogadores no futebol. Assim como Anderson, sei que tenho sempre que me esforçar para garantir meu espaço - recorda Antônio Carlos.

Se o zagueiro alvinegro passou por Xerém em uma boa fase, Anderson não pode dizer o mesmo de seu início em Marechal Hermes.

É uma primeira chance do Anderson em um grande clube, a expectativa e a pressão pessoal são grandes. Acho que ele tem capacidade, tivemos muitas dificuldades com seu bom posicionamento em 2011. Já comentei isso com os atacantes"
Antônio Carlos
 
- Eu tinha sorte de poder ir para casa naquela época por ser do Rio. As instalações não eram tão ruins. Mas a alimentação era precária. Na época a questão salarial estava complicada também. As dificuldades me ajudaram a crescer e dar mais valor ao que eu tenho. Mas não reclamo de nada. Só agradeço. Se cheguei ao Fluminense hoje, o Botafogo também tem sua parcela nessa caminhada - frisa.

Antônio deseja sorte a Anderson. Mas só na Libertadores...

Dificuldades e rivalidade à parte, Anderson não poupa elogios ao companheiro de posição. E o camisa 3 de General Severiano também não fica atrás.

- Antônio é um grande jogador. Sempre acompanhei a sua carreira e o admiro muito por ter uma história parecida com a minha. A curiosidade é legal. Hoje, graças a Deus, os dois estão em grandes clubes depois de uma caminhada parecida. Começamos no rival, passamos pelo Atlético-GO... Até a idade bate. O importante é que no fim tudo está dando certo como planejamos - garante o tricolor.

- É uma primeira chance do Anderson em um grande clube, a expectativa e a pressão pessoal são grandes, mas sei que ele vai recuperar esse tempo para se firmar. Acho que tem muita capacidade, fez um grande Brasileiro pelo Atlético-GO. Nós o enfrentamos e tivemos dificuldades com bom posicionamento. Já comentei isso com os atacantes. Jogamos em uma posição muito cobrada, quando o time perde quase sempre a culpa é nossa. Torço pelo sucesso dele, mas depois dessa partida (risos). E que faça uma grande Libertadores - desejou Antônio Carlos.

Trajetórias parecidas e um mesmo objetivo: alcançar a grande decisão da Taça Guanabara. Mas nessa caminhada, apenas um deles poderá sorrir por último.