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Rio de Janeiro
Joel Santana acompanhou ainda do lado de fora a primeira partida do Botafogo após a derrota por 6 a 0 sobre o Vasco. O novo treinador alvinegro não deve ter se empolgado com a atuação do time, mas pelo menos pôde comemorar a vitória por 2 a 1 sobre o Tigres, nesta quarta-feira, em São Januário, pela quarta rodada da Taça Rio (veja os gols da partida). A equipe, que mostrou nervosismo e teve Leandro Guerreiro expulso aos 24 minutos do segundo tempo, foi comandada interinamente pelo auxiliar Jair Ventura, que contou com a torcida especial do pai Jairzinho, ídolo alvinegro presente ao estádio.
Na próxima rodada, o Botafogo, que segue na terceira posição do Grupo B, com nove pontos, enfrenta o América no Engenhão, sábado, na estreia de Joel Santana. No mesmo dia, o Tigres, sexto colocado, joga fora de casa contra o Resende.
Com um público extremamente reduzido - aparentemente menor do que os quase 2 mil anunciados no placar eletrônico -, São Januário viveu uma noite melancólica, retrato da situação que o Botafogo vivia ao entrar em campo. Desde o apito inicial, a pequena torcida deixava claro quais eram os seus alvos. A cada toque na bola, Alessandro, Fahel e Lucio Flavio recebiam vaias, o que não contribuía em nada para que houvesse a tranquilidade necessária em campo. Uma faixa pedia a saída do trio e do ausente Eduardo, expulso contra o Vasco. O gerente de futebol Anderson Barros também era alvo dos protestos.
Nervosismo toma conta até do frio goleiro Jefferson, que sai machucado
Assim, como era esperado, o Botafogo iniciou a partida mostrando nervosismo. Com muitos erros de passe, a equipe foi ligeiramente dominada pelo Tigres nos primeiros minutos. A defesa continuava mostrando a mesma fragilidade do clássico contra o Vasco, principalmente nas bolas aéreas. Neste fundamento, Gilcimar era o mais perigoso, mas mostrava extrema inabilidade, errando a pontaria.
Mas apesar da atuação ainda confusa, o Botafogo abriu o placar aos 14 minutos da primeira etapa. Lucio Flavio avançou pela esquerda, chutou cruzado e Marcos Paulo espalmou. Renato completou no rebote, e a bola explodiu na zaga, sobrando para Herrera. Na grande área, o argentino teve tranquilidade para ajeitar o corpo e acertar o canto esquerdo, fazendo 1 a 0.
Poucos torcedores e muitos protestos na casa do algoz: reflexo da goleada sofrida para o Vasco
A frieza de Herrera, porém, era exceção. Definitivamente, tranquilidade passava longe do Botafogo. Apesar da vantagem, a equipe se manteve afoita, errando muitos passes e dando espaços para o Tigres, que começou a criar chances ainda mais cristalinas de gol. Gilcimar esteve por duas vezes frente a frente com Jefferson, em claras oportunidades de marcar. Na primeira, aos 34 minutos, o goleiro levou a melhor. Na segunda, o camisa 1 repôs a bola de forma errada e, na tentativa de evitar o gol, chocou-se com o atacante adversário. Jefferson não conseguiu voltar a campo e foi substituído por Renan aos 44 minutos. A primeira etapa terminou pouco depois de Loco Abreu, de cabeça, fazer sua primeira tentativa a gol com a camisa do Alvinegro.
Depois de uma conversa no vestiário entre Joel Santana e o interino Jair Ventura, o Botafogo retornou para o segundo tempo sem alterações, mas lançando mão daquele que foi seu ponto fraco na etapa inicial. Logo aos seis minutos, a equipe se beneficiou da jogada aérea para ampliar o marcador. Lucio Flavio cobrou falta na área, Loco Abreu desviou e Antônio Carlos apareceu para, de cabeça, completar para o gol, fazendo 2 a 0.
A vantagem fez com que o Botafogo tivesse uma tranquilidade maior, mas apenas no ataque. Enquanto na frente as chances eram criadas, a defesa continuava a bater cabeça, cometendo erros primários de posicionamento e marcação. O nervosismo era tanto que Leandro Guerreiro cometeu falta violenta em Gilberto e foi expulso aos 24 minutos. A reação imediata do interino Jair Ventura foi substituir Loco Abreu pelo volante Somália.
A partir de então, o Botafogo adotou a estratégia de se fechar em seu campo defensivo e explorar os contra-ataques. O time avançava pouco e a torcida só se manifestou quando Fahel fez uma falta dura. O volante já tinha o amarelo e da arquibancada veio o grito: "Expulsa! Expulsa!". "Joel, barra o Fahel" também foi trilha sonora no estádio.
O Tigres voltou a crescer, pressionou, e marcou seu gol aos 41 minutos. Oziel, que teve uma passagem por General Severiano, cobrou falta no ângulo direito de Renan. Aos 45, Leão cabeceou no travessão. O cenário era preocupante, mas o apito final aliviou os alvinegros.
Ficha técnica:
TIGRES 1 x 2 BOTAFOGO
Marcos Paulo, Oziel, Gustavo, Zé Carlos e Celico; Leão, Denis (Luiz Henrique), Vander (Clayton) e Leandro Chaves; Danilo Santos (Gilberto) e Gilcimar. Jefferson (Renan), Alessandro, Antônio Carlos, Wellington e Marcelo Cordeiro; Leandro Guerreiro, Fahel, Lucio Flavio e Renato (Fábio Ferreira); Herrera e Loco Abreu (Somália).
Técnico: Carlos Alberto. Técnico: Jair Ventura (interino).
Gols: Herrera, aos 14 minutos do primeiro tempo; Antônio Carlos, aos 6, Oziel, aos 41 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Denis, Gilcimar, Luiz Henrique, Clayton (Tigres); Antônio Carlos, Herrera, Fahel (Botafogo). Cartão vermelho: Leandro Guerreiro (Botafogo). Público: 1.975 presentes. Renda: R$ 22.140,00.
Estádio: São Januário, no Rio de Janeiro (RJ). Data: 27/01/2010. Árbitro: Eduardo Cordeiro Guimarães. Auxiliares: Ediney Guerreiro Mascarenhas e Marco Aurélio Pessanha.