Treinador afirma estar emocionado com a oportunidade de comandar o Bota novamente. Ele garante que a prancheta está com o lugar garantido
Fred Huber e Gustavo Rotstein
Rio de Janeiro
Nesta terça-feira, Joel Santana trocou a prancheta por algumas folhas de papel. Distribuídas aos jornalistas, elas continham os títulos conquistados. Mas nem precisava. O mais importante para o treinador, que iniciou nesta terça-feira a sua terceira passagem pelo Botafogo - após 1997 e 2000 -, é revalidar a fama de papão de títulos do Campeonato Carioca. Num momento em que autoestima do grupo está em baixa, depois da derrota por 6 a 0 para o Vasco, no último domingo, Joel chegou a General Severiano com frases de impacto e querendo mostrar que tem um lugar de tanto destaque quanto Adriano, Vagner Love, Fred e Dodô no futebol do Rio de Janeiro.
Nesta terça-feira, Joel Santana trocou a prancheta por algumas folhas de papel. Distribuídas aos jornalistas, elas continham os títulos conquistados. Mas nem precisava. O mais importante para o treinador, que iniciou nesta terça-feira a sua terceira passagem pelo Botafogo - após 1997 e 2000 -, é revalidar a fama de papão de títulos do Campeonato Carioca. Num momento em que autoestima do grupo está em baixa, depois da derrota por 6 a 0 para o Vasco, no último domingo, Joel chegou a General Severiano com frases de impacto e querendo mostrar que tem um lugar de tanto destaque quanto Adriano, Vagner Love, Fred e Dodô no futebol do Rio de Janeiro.
- Agora a festa vai começar. Faltava o principal convidado. Tem que respeitar, né? Cheguei para consolidar mais ainda mais a posição diante dos títulos que ganhei. Quando a gente fica fora do Rio, sente falta dos clássicos, do Maracanã, da torcida e das pessoas que nos cercam - afirmou.
Após dois anos comandando a seleção da África do Sul, Joel Santana vai em busca de seu sétimo título do Campeonato Carioca e mostrou-se motivado em igualar a marca do treinador Flávio Costa, dono de oito taças. O treinador disse ainda que não estará à beira do campo na partida contra o Tigres, nesta quarta-feira, porque ainda precisa de mais tempo para observar o grupo. A função será do auxiliar Jair Ventura, filho do ídolo alvinegro Jairzinho.
Confira abaixo os principais trechos da entrevista coletiva de Joel Santana nesta terça-feira, em General Severiano.
Retorno ao futebol brasileiro
- Em todas as minhas apresentações me emociono, e nessa não poderia ser diferente. Porque não é fácil ser treinador no Brasil mantendo uma maneira de agir e trabalhar num clube desse porte. Sei que o momento é difícil, mas juntos vamos tentar solucionar o problema. As coisas acontecem rapidamente na vida e no futebol. Pensei em aproveitar mais as férias, mas fiquei com saudade dos senhores (imprensa) me criticando e elogiando. Agradeço à direção e à torcida do Botafogo por mais uma oportunidade de estar num grande clube.
Passagem pela África do Sul
- Hoje tenho um pouco mais de experiência e um conhecimento geral do futebol de todo o mundo. Disputei jogos internacionais, que serviram como crescimento e aprendizado.
A velha prancheta
- Sei que todos gostam. Essa abençoada prancheta me deu todos esses títulos. Ela anda sempre ao meu lado, como um livro no qual leio tudo o que fiz. Como deixar para essa amiga que tanto me ajudou e que deu o pão de cada dia aos meus filhos.
Volta e novo desafio no Botafogo
- Se Deus quiser, vamos colocar as coisas nos seus devidos lugares. Não sou de fazer discurso, meu negocio é dentro do campo. Ali entendo um pouquinho. É um clube de história, glorioso e precisamos fazer alguma coisa, mas não faço nada sozinho. Para isso, conto com diretoria e torcida. Somente juntos vamos sair dessa situação e buscar horizontes mais tranquilos. Só posso trabalhar em clube bom, treinar time bom e com um grupo que quer ser campeão. Gosto de conviver com vitórias, títulos e estádios cheios. Se estou voltando é porque acredito. Não gosto de conviver com derrota. Sou um apostador e estou apostando no Botafogo.
Atual momento do Botafogo
- Quando estive pela primeira vez em Vasco, Fluminense e Botafogo, cheguei num período de dificuldade. Temos grupo que não está aqui à toa. Os jogadores têm qualidade e agora precisam de resultados. O futebol não tem muita conversa, o resultado de amanhã é urgente. Não sou criança, venho de dois anos fora do país e me mantenho tranquilo diante da necessidade de tomar decisões difíceis. Tenho minha maneira de ser, e acho que vai dar certo.
Elenco alvinegro e partida contra o Tigres
- Temos que ganhar o jogo de amanhã. O que passou, passou, e agora é olhar para a frente. Não conheço nem o nome dos jogadores, apenas de dois ou três adversários antigos. Não teria a visão tática necessária para corrigir o que não estiver bem. Vou passar o maior tempo possível conversando com jogadores e deixar o Jair à vontade na beira do campo, até para não confundi-lo o rapaz. Ele é competente e merece uma oportunidade. Se for necessário, em alguns momentos, se ele perguntar vou dar minha opinião, mas vou deixar que ele tome as decisões.
Possíveis reforços
- Ainda vou conversar com os profissionais que estão aqui e analisar os resultados. Não farei nada de forma precipitada, e não se pode achar que tudo que está aqui não é bom. Vamos analisar jogador por jogador, posição por posição. Primeiro, é importante ter noção do grupo para depois tomar a melhor decisão.
Espanhol afiado para falar com a dupla Herrera e Loco Abreu?
- Vira essa página... a gente vai se entender lá dentro.
A estreia de Joel será neste sábado, contra o América, às 17h (de Brasília), no Engenhão, pela quinta rodada da Taça Guanabara.