Ex-presidente afirma que ideia de concorrer ao cargo está amadurecendo
Gustavo Rotstein
Rio de Janeiro
Depois de desabafar contra o que julga ser a má administração do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro não pretende ficar apenas na reclamação. Ele admite a possibilidade de concorrer novamente ao cargo de presidente do clube, repetindo o que aconteceu de 1994 a 1996. Antes aliado, ele pode ser adversário de Maurício Assumpção, cujo mandato vai até 31 de dezembro de 2011.
- Realmente é uma decisão bem amadurecida. Já dei o tempo que deveria dar. Sou sempre a favor da democracia e da criação de novos quadros. Não sou melhor do que ninguém, mas quando se trata do Botafogo, faço o diabo. Sei da importância que tenho para o clube e da ajuda que dou. Estou com vontade de me candidatar, mas agora estou com medo, torcendo para que o Botafogo dure os dois próximos anos. Gostaria de pegar alguma coisa, mas do jeito que está...
Montenegro chegou a cogitar a candidatura à presidência para suceder Bebeto de Freitas. No entanto, alegou na época que compromissos profissionais o impediam de retornar. Daqui a dois anos ele acredita que estará mais bem preparado e disposto a alcançar feitos que a administração de Maurício Assumpção não conseguiu.
Uma das maiores queixas de Montenegro é em relação aos recursos do departamento de futebol do clube. Segundo ele, é importante que o Botafogo consiga rapidamente fechar a negociação de patrocínio. O ex-presidente avalia que, atualmente, a marca do Alvinegro não dispõe de muita força no mercado.
- O futebol do Botafogo é que conseguiu o Engenhão. É ele que tem patrocínios e que sustenta os outros esportes do clube. Se houver acordo com patrocinador, não será por causa do Botafogo, mas por causa do Engenhão. Não existe patrocinador interessado no Botafogo, porque o clube não merece. Mas como o estádio será a alternativa do Rio de Janeiro durante o período de obras do Maracanã, obviamente haverá muitos interessados, e a marca estampada vem de rebarba - avaliou.