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O preto no branco no Botafogo


                                      PRIMEIRO CADERNO - 02/01/2010

O preto no branco no Botafogo

Maurício Assumpção faz planos e promete contratação de impacto em 2010

Marcos Penido

Quando assumiu o Botafogo em 2009, o presidente Maurício Assumpção encontrou um quadro caótico: atraso de quatro meses de salários, verbas do ano adiantadas e questões jurídicas omplicadas. Fez um planejamento, encerrou o ano com funcionários e jogadores em dia e rometendo uma nova filosofia. Ao invés de tirar dinheiro do futebol para sustentar um clube eficitário, ele quer tornar o clube autossustentável para que o futebol tenha uma arrecadação, específica e intransferível, e possa caminhar com suas próprias pernas, assim como as outras modalidades, para, finalmente, o clube ser forte em todos os esportes.

Atento ao fato de a torcida alvinegra estar envelhecendo, promete uma contratação de impacto vinda do exterior: precisamos de ídolos para manter e criar uma nova geração de torcedores mirins”.

O CLUBE: “É preciso que todos entendam que nos últimos anos o Botafogo foi dirigido exclusivamente para o futebol. Mas o que acontece? O clube têm seis sedes espalhadas pelo Rio. Nenhuma é sustentável. O resultado é que o dinheiro do futebol financia tudo. Perde o futebol e os outros esportes não caminham. O que estou tentando fazer é inverter está lógica. Tornar as sedes autossustentáveis para que o dinheiro do futebol fique no futebol, e ao esmo tempo o clube caminhe nos esportes que disputa. É um processo complicado, mas que vai avançar em 2010”.

AS SEDES: “Nós temos, aqui no Botafogo, General Severiano, Caio Martins, Marechal

Hermes, Stadium Rio (Engenhão), Sacopã e MouriscoMar. No dia 22 de dezembro, aprovamos projetos para o remo no valor de R$ 1,2 milhão e para a natação e o pólo aquático de outros R$ 3 milhões. A separação das receitas entre as sedes é um avanço significativo em nossa administração. Mas o que queremos é fazer com que cada uma dessas unidades passe a se manter e a dar lucro”.

MOURISCO-MAR E SACOPÃ: “Com os projetos do Sacopã e do Mourisco-Mar, vamos ter uma renda mensal que vai cobrir os custos e ainda sobrará dinheiro para ser investido nos esportes ali praticados. Não vou dizer os nomes dos patrocinadores, mas o projeto está bem próximo de ser concluído. As duas sedes vão passar por reformas, já que estão precisando muito. E as pessoas vão ter uma bela surpresa quando virem o que será feito”.

CAIO MARTINS: “Concluímos os dormitórios e estamos reforçando a academia de ginástica. Lá vão ficar os juniores e os juvenis. É uma maneira de dar conforto a eles, enquanto vamos tocando um projeto que considero fundamental, que é o de Marechal Hermes”.

MARECHAL HERMES: “Quando chegamos, as divisões de base estavam destruídas. Hoje, temos um mirim forte, o infantil é campeão e o juvenil e os juniores disputam títulos. O futuro de um clube está nas divisões de base. Já tenho investidores para fazer um centro de treinamento moderno. Temos um ótimo relacionamento com o Exército e estamos negociando para que eles cedam uma área onde possa ser construído o centro de treinamento. Em troca, vamos ajudar o Exército com o Stadium Rio nas Olimpíadas Militares de 2011, além de ceder nossas instalações para a comunidade carente em torno de Marechal. O único problema é que o terreno ocupado pelo Botafogo está em disputa judicial. Faço um apelo ao governador Sérgio Cabral que entenda a dimensão do que estamos fazendo. Podemos colaborar com a melhoria na região”.

ENGENHÃO: “O estádio não vai ganhar só o nome de uma empresa interessada. Existe uma vasta gama de projetos já planejados a serem feitos com a marca. Tudo está sendo tocado junto com o empresário André Calainho. Só com o inédito sistema de leilão feito por uma empresa particular conseguimos negociar camarotes por R$ 200 mil. É preciso que todos se lembrem que o nosso estádio será o principal do Rio a partir de agosto deste ano, quando o Maracanã vai fechar. O fundamental nisso tudo é que teremos renda nova, coisa que o clube não tinha há anos”.

FUTEBOL: “Ano passado pegamos um clube com quatro meses de salários atrasados, e com jogadores pedindo para sair. Conseguimos pagar e montar um time. Demos azar na decisão do Estadual. Perdemos os nossos dois principais jogadores, o Maicosuel e o Reinaldo, e fomos vice. No Brasileiro, cometemos alguns erros. Não deveria ter deixado o Maicosuel sair e teria que ter contratado um zagueiro do tipo xerifão, além do goleiro Jefferson, que demorou a vir. Teríamos ido bem melhor na competição. Mas este ano vamos fazer um time competitivo e bem mais forte”.

TIME: “Ainda vamos contratar mais dois zagueiros, um meia e dois atacantes. Vai dar para montar uma boa equipe”.

POLÍTICA: “Quando fui eleito ninguém queria pegar o clube. Achei que era a minha vez e vou até o fim. O Botafogo pertencia a um pequeno grupo de dirigentes. Hoje, quem não quiser ajudar, pode, pelo menos, não atrapalhar. Isso é uma coisa que precisa mudar no Botafogo. A partir de agora vou sozinho com as pessoas de minha confiança e tenho certeza que vai dar certo. É preciso ampliar o número de cabeças pensantes no clube”.

SURPRESA: “É um nome de um jogador que vai mexer com o torcedor e virá de fora. A torcida vive de ídolos e o Botafogo têm que criar e manter ídolos para a torcida crescer.

Só com ídolos e trabalho na base revelando jogadores é que o panorama vai mudar. Vou sair do clube após cumprir três anos de mandato e prometo que o time vai estar disputando a Libertadores. Temos que ter uma equipe forte, credibilidade, planejamento e salários em dia. Penso nisso 24 horas”.